Blog UJS Ceará

O blog de política da juventude cearense!

-No Ceará, DCE lança o movimento "Diretas Já na UVA!"  

Estudantes realizam Plebiscito: "Eleição para Reitor, Vice-reitor, Diretor de centro e Coordenador de curso deve ser direta?"

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) e o Sindicato dos Professores (SindiUVA) da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA) organizam entre os dias 25 e 26 de setembro um Plebiscito de consulta à comunidade acadêmica. O objetivo é que todos opinem sobre o processo de eleição indireta que ocorrerá no próximo dia 1º de outubro para escolha do Vice-reitor. O plebiscito é realizado nos quatro campi da Universidade e a pergunta é a seguinte: "Eleição para Reitor, vice-reitor, diretor de centro e coordenador de curso deve ser direta?"

O atual processo eleitoral de escolha para reitor e vice-reitor é feito por meio de um colégio eleitoral que engloba os três conselhos da universidade: Conselho Universitário (Consune), Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) e Conselho Diretor. Os candidatos podem se inscrever até o dia 27 deste mês, ou seja, quatro dias antes das eleições.

Cartas marcadas

O Conselho diretor é composto pelo Reitor, Vice-reitor, antigos reitores, como José Teodoro Soares (hoje deputado Estadual) e membros do Conselho das Universidades Estaduais no Ceará.

O Conselho Universitário abriga o Reitor, Pró-reitores, diretores de Centro, um representante discente por centro, um representante docente por centro e um representante dos funcionários.

Já o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão tem em seus quadros o Reitor, Pró-reitores, um representante discente por centro, um representante docente por centro e um representante dos funcionários.

Cada conselheiro deve votar em três nomes. Caso contrário terá seu voto anulado. Após a apuração, os três candidatos mais votados estarão na Lista Tríplice que será encaminhada ao Governador do Estado para escolha de apenas um.

Desta forma, o Reitor tem direito a três votos e os Pró-reitores a dois. Enquanto que os representantes discentes, docentes e funcionários –diferentes em cada conselho e eleitos pela sua respectiva comunidade–, têm direito apenas de um voto. Além disso, são obrigados em votar em três candidatos, não podendo escolher apenas um.

"Diretas Já na UVA!"

Nas Universidades Estadual do Ceará (UECE) e Regional do Cariri (URCA), as eleições ocorrem de forma direta, com representação dos professores, estudantes e funcionários.

A proposta do movimento "Diretas Já na UVA!", segundo o presidente do DCE, Tancredo Augusto, é dar "uma resposta pujante a esse processo eleitoral imoral, antidemocrático e centralizador".

"Esse processo é uma agressão e uma afronta à democracia e um retrocesso aos anos da ditadura, quando os processos eleitorais eram submetidos aos colegiados. É uma controvérsia. Depois de diversos setores se democratizarem, a universidade ainda permanece nesse processo centralizador. Vale ressaltar que o estatuto da universidade é de 68, um ano muito suspeito para falar em democracia", critica.

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3º PLENÁRIA ESTADUAL DA UJS- CONUBES e Organização  

Neste final de semana, dias 22 e 23, aconteceu a 3º Plenária Estadual da União da Juventude Socialista do Ceará, sediada na sede estadual do PCdoB, em Fortaleza que reuniu mais de trinta participantes e 15 municípios, sendo eles: Ararendá, Aquiraz, Forquilha, Fortaleza, Graça, Itapipoca, Jaguaretama, Juazeiro do Norte, Jucás, Maranguape, Milhã, Morada Nova, Russas, São Gonçalo do Amarante e Sobral. A programação do primeiro dia se constituiu de debate sobre as conjunturas do mundo, do país e do estado com explanação do convidado Gilvan Paiva, sociólogo e secretário de juventude de Sobral, fez-se um balanço da atividade da entidade até o momento e a discussão a cerca do Plano Estadual de Estruturação e Crescimento da UJS, pela manhã e tarde, respectivamente, encerrando-se o dia com a festa de celebração do aniversário de 23 anos da UJS, à noite no Espaço Mulher, sede da União Brasileira de Mulheres (UBM). E no domingo deu-se até o meio-dia a discussão sobre o 37º Congresso da União Brasileira dos Estudantes (UBES) e o lançamento no estado do nosso movimento "Todo Mundo pra Rua Aumentar o Som", que será prioridade dos jovens socialistas.

Esta foi certamente uma das maiores plenárias estaduais dos últimos anos, contando com a participação de municípios que nunca haviam participado antes e em que ainda esta se constituindo a organização da UJS. Outro aspecto importante do encontro é que durante um de seus intervalos, no sábado, dia 22, tal como estava programado, a Direção Estadual da entidade reuniu-se para elaborar proposta de indicação para preenchimento de vacâncias que surgiram no corpo da direção e em sua Executiva, a ser submetida à Plenária. No domingo, 23, antes de se dar início a discussão sobre o Congresso da UBES, a proposta de nomes foi apresentada aos delegados à Plenária e aprovada por aclamação. Afastaram-se da direção Zezão de Camocim, Edison de Potengi, Patrícia Leandro e Regiane de Oliveira, ambas de Fortaleza. Em seu lugar, passaram a fazer parte da Direção Estadual: Niara Farias (do núcleo da UNIFOR, Tesoureira da DM de Fortaleza), Francisco Alan de Amorim (presidente da UJS-Maranguape), Luana Silva (presidente da UJS-Milhã) e Carol Sales (do núcleo da UNIFOR, do Pleno da DM de Fortaleza, da UNEGRO e suplente do Conselho Municipal de Juventude de Fortaleza). Com isso a direção estadual da UJS-CE, constituída por 29 membros, que desse total, antes tinha apenas 9 mulheres em sua composição, passa agora a possuir 10 companheiras, reforçando nosso compromisso com a promoção de oportunidades para que as mulheres ocupem os espaços de construção coletiva junto com os homens, espaços esses em que infelizmente para as nossas companheiras ainda são minoritários por motivos enraizados na estrutura de nossa sociedade.

A plenária transcorreu em clima de unidade e com um misto de diligência e descontração. Nela se trocou informações, repassou-se materiais, ampliou-se contatos, reforçou-se nossos vínculos e no debate franco e responsável nossa certeza da necessidade de uma UJS cada vez mais forte e enraizada na vida de nosso estado para fazermos frente aos desafios que se colocam a nossa frente e exigem uma organização da juventude brasileira que alie a luta pelas mudanças necessárias ao país e possíveis na atual quadra política, mesmo que restritas aos marcos do capitalismo, ao combate à direita conservadora e golpista, apostando na construção futura de uma sociedade socialista.

VIVA A UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA NOS SEUS 23 ANOS DE EXISTÊNCIA! VIVA A JUVENTUDE BRASILEIRA! VIVA O SOCIALISMO!


Fonte: Roberto dos Santos-Secretário de Formação da UJS-Ce.

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-Última chamada para a Plenária Estadual da UJS  

Colagem de vários momentos da UJS,
clique na imagem para ampliá-la.


Esta é a última chamada para a Plenária Estadual da UJS, a 3º desde o seu último congresso. A atividade acontecerá nos dias 22 e 23 de setembro, neste próximo final de semana, no Auditório 25 de Março, na sede estadual do PCdoB (Av. da Universidade, 3199, Benfica).

A plenária se realiza em um momento singular para a nossa entidade. Após o amplo processo de mobilizações que precederam o congresso da UNE, do qual saímos mais uma vez vitoriosos com a chapa "Eu Quero é Botar meu Bloco na Rua", chega a hora de enfrentar mais uma batalha. Demos o primeiro passo na caminhada rumo ao congresso da UBES com o lançamento de outro grande movimento, "Todo Mundo pra Rua Aumentar o Som", que devemos considerar como tarefa central de todos os jovens socialistas nessa quadra.

Além do congresso da UBES serão pautados na plenária o Plano de Crescimento e Estruturação da UJS no Ceará, atualmente organizada em 19 municípios do nosso estado, contando 1200 filiados, mas projetando chegar a 40 municípios e alcançar 2000 filiados; e também o novo momento por que passa a nação, cabendo a nós debater profundamente os desafios que esta realidade coloca à nossa frente.

Na noite de sábado estaremos comemorando o aniversário de 23 anos da UJS com uma festa onde se apresentará o Grupo Raiz, na "Casa do João" ( Av. 13 de Maio, 2120, Benfica, em frente ao CEFET).

A expectativa é que a plenária tenha mais de 60 participantes, entre dirigentes estaduais, representantes indicados pelas Direções Municipais e convidados, totalizando aproximadamente 30 cidades, o que sem dúvida torna esta uma das maiores plenárias da história da UJS no Ceará.

Critérios de Participação

Apenas os membros eleitos da Direção Estadual da UJS-Ce e os representantes indicados pelas direções municipais constituídas, provisórias ou em processo de criação, terão direito a votar na plenária, mas a mesma é aberta a todos os filiados que quiserem comparecer, sendo-lhes garantido, estatutariamente, o pleno direito de voz.

Cronograma de atividades

Sábado 22/09/07

08h30- Abertura e apresentação da Plenária e seu funcionamento.

09h- Debate sobre a conjuntura política nacional com a presença de Gilvan Paiva, sociólogo e Secretário de Juventude de Sobral.

12h30- Almoço.

14h- Plano de Crescimento e Estruturação da UJS- apresentação e debate.

19h- Festa de aniversário da UJS na "Casa do João" ( Av. 13 de Maio, 2120, Benfica, em frente ao CEFET).

Domingo 23/09/07

o8h- Café da manhã.

09h- Congresso da UBES.

12h- Almoço.

14h- Encerramento da 3º Plenária estadual da UJS-Ce.


*Informações: Sec. de Organização.

Comunicação UJS-Ce.

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-Bill Gates e Tasso Jereissati unidos contra o Blog da UJS-Ce  

Torta na cara do Bill Gates

Camaradas, na última semana a vasta equipe de técnicos e webdesigners do nosso blog esteve às raias da loucura tentando descobrir o motivo do bug que havia desconfigurado nosso layout e feito desaparecer a barra lateral direita para os usuários do Internet Explorer.

Mal sabíamos nós que uma combinação nefasta entre o video do Tasso desmunhecando na Câmara e o pior browser do mundo estavam causando o defeito. Tudo bem, a culpa do Tasso aqui é involuntária e pelo menos dessa vez vamos deixar pra lá, mas para o super magnata da informática não há perdão!

Bill Gates e a Microsoft criaram o navegador de internet mais estúpido e intransigente que há, incapaz de entender conceitos de margem e proporção que não sejam os seus próprios. O ideal seria que todos abandonássemos o IE e passássemos a usar o Mozilla, que além de muito melhor é software livre e gratuito.

Mas enquanto isso não acontece e muita gente ainda está usando o IECA, tivemos de começar o blog do zero novamente para que todos os browsers, mesmo o mais burro (não canso de repetir), possam visualizar bem o nosso espaço na net.

No processo perdemos muita coisa, mas estamos trabalhando arduamente para reconstruir toda a página e deixá-la melhor dessa vez. Pedimos desculpas a todos pelo contratempo e não deixem de nos visitar. Tem muita coisa boa a ser publicada essa semana!


Comunicação UJS-Ce.

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-Senador Tasso, posso lhe chamar de boneca?  

Não é a primeira vez que os homossexuais são ofendidos pelo exemplar senador Tasso Jereissati. Para quem não sabe, o dito senador é o presidente nacional do PSDB, os tucanos, aquele partido que se proclama o pai da ética, da moral, dos bons costumes e de um monte de outras coisas mais. Mas escrevo essa nota só para não deixar passar batido o acontecido há alguns dias, quando o senador Tasso ficou muito “bravinho” no Senado e resolveu ir para cima do seu colega Almeida Lima (PMDB-SE). Fazendo gestos afeminados, ele berrava: "calma, boneca, calma boneca...".

Como nossa mídia deixou a história passar batido e nenhum repórter ficou a lhe perguntar o por que do ataque, decidi devolver a brincadeira. De duas uma: ou ele agiu de forma escrota e mau-caráter, demonstrando toda a origem de sua laia e do seu preconceito, ao, num debate político (vejamos, político!!!) tentar "agredir" a um colega "acusando-lhe" de homossexual. Como se o fato de o colega vir a ser homossexual lhe desmerecesse em algo. Ou Tasso Jeiressati não quis dizer nada disso e só chamou Almeida Lima de boneca por carinho. Por sempre ter sentido simpatia tanto pelos homossexuais como pelo brinquedo preferido das meninas. Se foi isso deixo uma pergunta ao senador: posso lhe chamar de boneca na próxima vez que nos encontrarmos?

Eu, daqui, lhe autorizo a me chamar de gay, viado, boneca ou o que a sua história e preconceito assim considerar mais conveniente. Não me incomodará. Afinal, meu preconceito é contra políticos barangueiros, que vivem de fazer discursos moralistas e espalhar preconceitos. Contra as bonecas, não tenho nada. E não acho palavra feia. Posso lhe chamar de boneca, senador?

Escrito por Renato Rovai – Jornalista e editor da Revista Fórum.

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-Resultado da enquete sobre redução da maioridade penal  

Terminou essa semana a enquete realizada pelo blog da UJS-Ce sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. O resultado não foi nenhuma surpresa, a maioria esmagadora, 85% por cento dos participantes (79 votos), votaram contra a redução.

Essa resposta dos nossos blogueiros de plantão apenas mostra que, apesar dos ataques da mídia conservadora e dos políticos reacionários da direita nacional, manipulando fatos e distorcendo informações para tentar iludir o grande público, o povo ainda acredita que a solução a ser dada para a escalada da violência entre os jovens no Brasil é educação e não cadeia. A enquete teve duração de um mês, exatamente o primeiro mês de existência do nosso blog na internet.

Esse foi o primeiro de muitos passos que pretendemos dar. O aumento crescente no número de acessos e a maior repercussão do nosso blog entre os militantes da UJS em todo o estado do Ceará vem coroar os nossos esforços e nos enche de orgulho diante do trabalho realizado. A enquete que estamos empreendendo agora trata sobre a questão da reestatização da Vale do Rio Doce, que foi fraudulentamente privatizada. Não deixem de votar e dar sua opinião também através dos comentários ou emails. Esse espaço é de vocês!

Comunicação/UJS-Ce.

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-Curta-metragem "Armário"  

Assista aqui o curta-metragem "Armário", co-realizado pela Claudinha Silveira, militante da UJS-Ce, do Movê-los (Movimento pela Livre Orientação Sexual) e outros lutadores da frente GLBTT.

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-Começa a Jornada de Lutas em Defesa da Educação no Ceará  

Na terça (21), cerca de 300 estudantes e integrantes de movimentos sociais participaram pela manhã de um ato na reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), com entrega da pauta local da Jornada de Lutas à pró-reitoria de assuntos estudantis desta instituição superior.

Entre as principais reivindicações, está a elaboração de um plano de assistência estudantil, da qual participe toda a comunidade acadêmica e que contemple a expansão da UFC para outras regiões do interior do estado, respeitando a qualidade do ensino e garantindo condições de permanência para os estudantes, com bolsas de valor justo, restaurantes e residências universitárias.

Após o ato, que contou com o apoio dos servidores da UFC (atualmente em estado de greve), os manifestantes seguiram em passeata pelas ruas da capital até a praça da Bandeira, no centro.

No início da tarde, a Assembléia Legislativa do Ceará fez uma homenagem aos 70 anos da União Nacional dos Estudantes (UNE), com a presença da presidente da entidade, Lucia Stumpf. Depois, Lúcia participou de debate na Universidade de Fortaleza (UNIFOR) para discutir e apresentar o projeto de Lei das Mensalidades, conhecido como PL da UNE, que está engavetado no Congresso Nacional. A medida visa regulamentar a mensalidade nas universidades privadas e proteger o aluno inadimplente.

-Ocupação na Reitoria da UECE

Nesta quarta-feira (22), a Jornada de Lutas começou às 9h com um cortejo pelos corredores da Universidade Estadual do Ceará (UECE). O objetivo foi mobilizar os estudantes para a passeata que culminou com a ocupação do prédio da reitoria. Cerca de 800 pessoas, entre alunos e lideranças de movimentos sociais, tomaram a Avenida Paranjana, via que dá acesso à universidade. A marcha seguiu rumo à reitoria, onde foi tomada a decisão de ocupar o hall de entrada do prédio. Além da pauta nacional, que reivindica mais investimentos, democracia e políticas de inclusão para o ensino superior, a Jornada de Lutas no estado tem pontos específicos.

O alvo dos ataques é a Resolução 199, que vai regulamentar a existência de cursos pagos de pós-graduação, mestrado, doutorado e extensão na UECE. As entidades exigem ainda a implementação imediata da lei 13.706/05, que garante a meia-passagem nas macrorregiões do Ceará. De acordo com o diretor da UNE, Rudiney de Souza, que está na ocupação, a medida já foi aprovada no Conselho Superior de Educação da universidade, espaço de deliberação onde estudantes e servidores tem minoria. São 10 cadeiras, sendo 70% dos assentos direcionados a professores indicados pela direção e 15% para alunos e outros 15% para servidores.

Rudiney disse que o comando da ocupação espera se reunir com o vice-reitor e o secretário de ciência e tecnologia do governo, responsável direto pela universidade estadual. "Só vamos sair quando eles nos receberem para negociar a Resolução 199. Não vamos aceitar a cobrança dentro de uma instituição pública. Queremos também discutir os pontos da pauta nacional da Jornada", afirmou.


Fontes: www.une.org.br e Comunicação/UJS-Ce.
Fotos: Marcelo Silva e Emanoel Medeiros, respectivamente.

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-UJS do Ceará realiza II Encontro Universitário  

A União da Juventude Socialista do Ceará realizou, neste último final de semana, o seu II Encontro Universitário, na cidade de Horizonte, região metropolitana de Fortaleza. Reunidos em um aprazível sítio, cerca de 30 dos principais quadros da UJS, representando oito universidades da capital e do interior, realizaram acaloradas discussões sobre conjuntura nacional, os 70 anos da UNE, a Reforma do Ensino Superior e a organização da UJS no movimento estudantil. O encontro contou com a presença de vários convidados, o deputado federal do PCdoB, Chico Lopes, a socióloga Maria Pereira, o ex-presidente da UJS, Inácio Carvalho e o autor do livro “Nós, os estudantes”, Mariano Freitas.

Na manhã de sábado, Chico Lopes deu início ao encontro falando sobre a necessidade de os movimentos sociais tensionarem o governo Lula para avançar na condução da política econômica do país e sobre os perigos da reforma política e sindical que ameaçam a democracia brasileira.

À tarde, os demais palestrantes discorreram sobre a trajetória de 70 anos de luta da UNE, desde a campanha contra o nazi-fascismo, durante a segunda guerra mundial, até a recente reconquista de sua sede histórica na Praia do Flamengo, que havia sido usurpada pela ditadura militar. No final, os estudantes puderam expressar suas opiniões e fazer perguntas a respeito da UNE aos convidados.

No domingo pela manhã houve o debate sobre o PL 7200.06 e a 4º versão do anteprojeto que trata da reforma universitária foi lida e discutida ponto a ponto. As intervenções destacaram o papel decisivo da UNE, no sentido de garantir universidades públicas socialmente referenciadas e a urgência em acabar com a farra dos tubarões das particulares.

À tarde, divididos em 4 grupos heterogêneos, os estudantes debateram os problemas específicos de cada universidade, compartilhando experiências e discutiram sobre os desafios para a organização da UJS em cada local. A superação do espontaneísmo na organização dos núcleos, a construção de um calendário estadual de atividades e a Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Educação foram os tópicos mais salientados.

O encerramento do encontro foi marcado pelas palavras de ordem puxadas já com uma certa nostalgia antecipada da despedida pelos jovens socialistas que, durante 2 dias, haviam se empenhado, na cidade de Horizonte, no vislumbre de um outro horizonte para o movimento estudantil cearense.

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-Jornada de Lutas em Defesa da Educação no Ceará  

Estudantes e movimentos sociais nas ruas: queremos estudar!

Dando seqüência ao processo de reorganização dos movimentos sociais no Brasil, estamos na luta mais uma vez em defesa da educação.

Ainda sob o impacto de diversas mobilizações e ocupações vitoriosas, como as das REItorias da USP e da UFC, deixamos claras nossas reivindicações pela rearticulação dos movimentos sociais! Queremos não só estudar, mas abrir as portas das universidades para aqueles (as) que as sustentam, a população pobre do nosso país!

Programação:

Dia 21/08 às 09:00- ato na Reitoria da UFC (com a presença da presidente da UNE, Lúcia Stumpf).
Dia 21/08 às 19:00- Debate sobre a Reforma universitária e o projeto de mensalidades da UNE no auditório da biblioteca da UNIFOR (com a presença da presidente da UNE, Lúcia Stumpf).
Dia 22/08 às 09:00- ato na Reitoria da UECE.
Dia 23/08- ato na Assembléia Legislativa. Dia 21/08 às 09:00- ato na Reitoria da UFC (com a presença da presidente da UNE, Lúcia Stumpf).
Dia 21/08 às 19:00- Debate sobre a Reforma universitária e o projeto de mensalidades da UNE no auditório da biblioteca da UNIFOR (com a presença da presidente da UNE, Lúcia Stumpf).
Dia 22/08 às 09:00- ato na Reitoria da UECE.
Dia 23/08- ato na Assembléia Legislativa.

REIVINDICAÇÕES LOCAIS:

1.Pelas Universidades Estaduais 100% gratuitas. Contra a Resolução 199 que regulamenta os cursos pagos na UECE.
2.Pela imediata discussão e implementação do Plano de Assistência Estudantil.
3.Por maiores investimentos em Projetos de Extensão.
4.Pela meia macro-regional ilimitada, rumo ao passe-livre.
5.Pela gratuidade dos cursos Pré-Vestibulares nas Universidades.
6.Fortalecimento do PRONERA.
7.Verba Pública somente para Educação Pública.
8.Contra todas as Reformas Neoliberais que retiram direitos do povo.
9.Pela valorização da educação pública. PCCV para professores e servidores já!
1.Pelas Universidades Estaduais 100% gratuitas. Contra a Resolução 199 que regulamenta os cursos pagos na UECE.
2.Pela imediata discussão e implementação do Plano de Assistência Estudantil.
3.Por maiores investimentos em Projetos de Extensão.
4.Pela meia macro-regional ilimitada, rumo ao passe-livre.
5.Pela gratuidade dos cursos Pré-Vestibulares nas Universidades.
6.Fortalecimento do PRONERA.
7.Verba Pública somente para Educação Pública.
8.Contra todas as Reformas Neoliberais que retiram direitos do povo.
9.Pela valorização da educação pública. PCCV para professores e servidores já!


REIVINDICAÇÕES NACIONAIS:

1.Pela erradicação do analfabetismo:
2.QUEREMOS ESTUDAR: garantia do acesso da classe trabalhadora a educação publica de qualidade e socialmente referenciada em todos os níveis.Fim do vestibular e dos processos excludentes de seleção para ingresso;
3.Implementação de políticas de ações afirmativas capazes de reverter o processo histórico de exclusão, com gratuidade ativa e políticas de assistência estudantil para garantir a permanência;
4.Ampliação do investimento público da educação pública para no mínimo 7% do PIB;
5.Em defesa da expansão de vagas com garantia de qualidade e abertura de concursos para professores e técnico-administrativos e infra-estrutura adequada;
6.Autonomia das universidades frente as ingerências de governos e mantenedoras;
7.Em defesa de uma formação universitária baseada no tripé ensino, pesquisa e extensão e contra a mercantilização da educação e da produção do conhecimento.
8.Por uma avaliação institucional de educação superior socialmente referenciada, com participação paritária dos estudantes, profissionais da educação e movimentos sociais, sem caráter produtivista, meritocrático e punitivo;
9.Gestão democrática, com participação paritária de estudantes, técnico-administrativos e docentes em todos os níveis de decisão das instituições e sistemas de ensino;
10.Controle público do ensino privado em todos os níveis. Pelo padrão unitário de qualidade na educação. Pela redução das mensalidades e contra punição dos inadimplentes;
11.Garantia da livre organização sindical e estudantil, em especial, nas instituições privadas. Em defesa do direito a greve;
12.Por um sistema nacional de educação que impeça a fragmentação entre os diversos níveis e garanta a obrigatoriedade no ensino médio publico;
13.Contra a privatização do ensino público e dos hospitais universitários, seja por meio das fundações privadas seja pela aprovação do projeto de criação de fundações estatais;
14.Pela garantia dos direitos conquistados pelos professores e técnico-administrativos das instituições públicas, contra o Projeto de Lei Complementar – PLP 01.
15.Pelo Passe Livre Estudantil financiado pelo lucro das empresas de transportes.
16.Em defesa de um piso salarial nacional para os trabalhadores da educação calculada pelo DIEESE para a jornada de 20 horas;
17.Pela derrubada dos vetos ao PNE 2001. Pela construção coletiva do novo PNE da sociedade brasileira que atenda as reivindicações históricas da classe trabalhadora;
18.Pela imediata implantação da lei 10.639 /2003em todos os níveis educacionais.


Entidades que assinam este documento:

UNE, UBES, MST, CONLUTE, CONLUTAS, INTERSINDICAL, FASUBRA, FEAB, VIA CAMPESINA, MSU, MARCHA MUNDIAL DE MULHERES, ANDES, ENECOS, CIRCULOPALMARINO, MAB, CPT, PJR, MPA, MMC, DCE-UVA, GAVIOES DA FIEL, UJR, MOVIMENTO CORRENTEZA, UJC, UJS , MAIS-PT , UJR, CORRENTEZA, CMS , EDUCAFRO.

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-UJS Fortaleza/CE 23 Anos de Luta  

Assista ao clip produzido pela Comunicação da UJS-Fortaleza para comemorar os 23 anos de luta da nossa entidade.


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-I EMJUV define membros para o Conselho Municipal de Juventude de Fortaleza  

Neste último sábado, dia 28, aconteceu o I Encontro Municipal de Movimentos e Organizações de Juventude de Fortaleza- EMJUV. Das 106 entidades credenciadas para participar, 93 estiveram presentes e 59 votaram. Ao todo foram eleitos 18 representantes dos movimentos de juventude. Outras duas vagas serão preenchidas por uma eleição dentro do Orçamento Participativo Jovem. A Prefeitura ainda indicará mais oito membros e a Câmara Municipal mais dois. Durante o Encontro, devido a divergências sobre a inclusão de entidades que perderam o cadastramento para serem candidatas, alguns delegados retiraram-se do processo. No entanto, a eleição prosseguiu com legitimidade.

No próximo dia 10 de julho, acontece a posse dos conselheiros/as na Praça do Ferreira, com a presença da prefeita de Fortaleza Luizianne Lins.

Segue abaixo a relação completa das entidades eleitas:

Fábrica de Imagens – Ações Educativas em Cidadania e Gênero
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES
Associação Santos Dias – Grupo de Jovens Fala Sério
Juventude Alternativa Terra Azul
Fundação Marcos de Bruin
Coletivo de Juventude da CUT – Central Única dos Trabalhadores
Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua – MNMMR
Espaço Cultural Frei Tito de Alencar – ESCUTA
Integrasol
Movimento Hip Hop Organizado do Ceará – MH2O do Ceará
Coordenação Arquidiocesana da Pastoral da Juventude – CAPJ
Pastoral da Juventude do Meio Popular – PJMP
Instituto de Juventude Contemporânea – IJC
Liberdade de Amor entre as Mulheres no Ceará – LAMCE
União Brasileira de Mulheres – UBM
LAFEME
União de Negros e Negras Pela Igualdade –UNEGRO
Juventude Negra Nação Iracema

Saiba mais sobre o CMJ

O que é?

O Conselho Municipal de Juventude é um órgão colegiado, de caráter permanente, deliberativo, consultivo e fiscalizador, de representação da população jovem e de assessoramento da Prefeitura Municipal nas questões relativas às políticas públicas voltadas para os jovens na cidade de Fortaleza.

Quem pode participar?

Jovens de organização e/ou movimento de Juventude entre 15 (quinze) e 29 (vinte e nove) anos de idade.

O que é organização ou movimento de juventude?

Entende-se como organização ou movimento de juventude, todo e qualquer grupo de jovens que se organizem em torno das temáticas políticas, sociais, culturais, esportivas, religiosas que tenham como objetivo a qualidade de vida dos jovens e direcionados ao público jovem.

Como será composto?

O Conselho Municipal de Juventude será integrado por representantes do Poder Público e da sociedade civil, co reconhecida atuação na defesa e promoção dos direitos de juventude, e será constituída por 30 (trinta) membros efetivos, e respectivos suplentes, residentes em Fortaleza, com idade entre 16 (dezesseis) e 29 (vinte e nove) anos, exceto quanto aos representantes da Câmara Municipal de Fortaleza, sendo composto da seguinte forma:

I–10 (dez) representantes do Poder Público Municipal: a) 8 (oito) representantes da Prefeitura Municipal, sendo estes do Gabinete da Prefeita, das Secretarias Temáticas e/ou Secretarias Regionais; b) 2 (dois) representantes da Câmara Municipal de Fortaleza;

II–20 (vinte) representantes da sociedade civil, sendo estes: a)02 (dois) jovens escolhidos no processo do Orçamento Participativo; b)18 (dezoito) representantes das organizações de juventude de Fortaleza que tenham projetos coordenados por jovens direcionados para o público jovem.

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-Entrevista com Lúcia Stumpf  

Quarta mulher a ser eleita para o cargo de presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 70 anos de história da instituição, a gaúcha Lúcia Stumpf se prepara para dois anos de mandato pregando a ocupação de reitorias e uma nova regulamentação para o ensino superior no Brasil.

''A UNE é uma entidade plural''

Quando assumir a presidência da União Nacional dos Estudantes (UNE), no próximo dia 11 de agosto, a estudante de Jornalismo Lúcia Stumpf estará mais do que entrando para a história do movimento estudantil no Brasil. Vai ajudar a escrever uma parte importante da participação política da mulher, a partir da entidade. Eleita no dia 7 de julho último, Lúcia será a quarta dirigente feminina em 70 anos de UNE, e a primeira depois de 15 anos de hegemonia masculina.

Filiada ao PCdoB e à União da Juventude Socialista (UJS) - espécie de braço estudantil da sigla comunista -, Lúcia Stumpf chega ao posto já ocupado pelo correligionário Aldo Rebelo, ex-presidente da Câmara dos Deputados; e pelo hoje tucano de primeira linha José Serra, atual governador de São Paulo.

A presidente diz que, apesar da presença do PCdoB na base aliada do governo Lula, o movimento estudantil atua de forma independente em relação ao Palácio do Planalto. Quando o assunto é mensalão e Renan Calheiros, Lúcia afirma que a UNE não vai se deixar pautar pela grande mídia.

Lúcia Stumpf fez um balanço da atuação da UNE e aponta quais as bandeiras que estão na ordem do dia dos estudantes. Entre elas, a cobrança por políticas públicas de assistência estudantil e a defesa de ocupações de reitorias, tanto de universidades públicas quanto de instituições privadas. No próximo dia 11 de agosto, a UNE faz 70 anos.

Qual o balanço que a senhora faz da história da entidade?

É um balanço muito positivo. Em 70 anos, a UNE não saiu das ruas e da luta em defesa de um Brasil mais justo, com menos desigualdade e com Educação de qualidade para todos. Nesse tempo, os estudantes protagonizaram os principais momentos e embates, sempre no sentido de defender os interesses do Brasil. Não tem como não fazer uma avaliação positiva. A gente começou lá atrás, na luta contra o Nazi-fascismo, fazendo o Brasil tomar uma posição contra o eixo. Depois, mais na frente, na campanha ''O Petróleo é nosso''. A luta a favor do nacionalismo é uma das principais marcas da UNE. A campanha que a gente lançou acabou criando a Petrobras, hoje um dos principais patrimônios estatais do Brasil. Na luta contra a Ditadura, a UNE foi também um importante personagem da resistência do povo; e também foi decisiva para o projeto de abertura, na década de 80. Na década de 90, com o Fora Collor, conseguiu-se derrubar um presidente corrupto. Nossa gestão, se inspirando no passado, vai ter muita coisa a fazer, nesses próximos dois anos.

Nesse histórico, há um componente político muito forte, em função dos momentos. Mas, atualmente, a UNE está mais voltada para questões como qualidade na Educação e assistência estudantil. A entidade está perdendo a alma política?

A UNE sempre teve esses dois grandes eixos. Sempre foi a luta em defesa do Brasil e em defesa da educação. A UNE nunca defendeu o movimento estudantil e a pauta educacional descolada da situação do Brasil. Já tivemos contextos da corrupção na política, na década de 90, e contextos de Segunda Guerra, nos anos 40. Mas a UNE sempre debateu o tipo de universidade de que o Brasil está precisando. Hoje, mais uma vez, a gente se coloca nesse contexto. A gente olha para o governo que está colocado no Brasil, olha para o modelo de desenvolvimento que está implementado e a gente se questiona sobre o tipo de universidade de que o Brasil precisa. Nossa geração está colocada diante dos grandes problemas ambientais, do acesso ao primeiro emprego, jovens com diploma em mãos que não têm emprego. Para nós, é impossível descolar a realidade dos estudantes, em sala de aula, do debate político.

É uma plataforma tipicamente classe média. A discussão sobre a tomada de poder, com prisões, clandestinidade e guerrilha, ficaram para trás?

Não. A UNE se coloca de diferentes maneiras diante de diferentes desafios que o contexto nos impõe. A UNE é uma entidade que representa os estudantes universitários no País. Não se pode negar a defesa dos interesses deles, que por nós estão legalmente representados. A UNE tem que lutar pelo direito dos estudantes que já estão na universidade pública. São por esses estudantes que a gente exige mais investimentos na universidade pública e assistência estudantil. No setor privado, a gente exige a regulamentação e o combate ao abuso dos reitores. É fato que a UNE nunca teve entre suas bandeiras a construção de uma revolução bolchevique ou de qualquer outra no País. Nunca foi consenso entre a maioria dos estudantes universitários. Os congressos nunca garantiram à UNE essa posição mais radicalizada, diante do cenário nacional. A gente se coloca hoje como questionadora do governo, a gente exige que esse governo tome atitudes mais ousadas na defesa da educação. Vamos criticar sempre que acharmos necessário. A gente tem feito duras críticas a Henrique Meireles, por exemplo, e exige sua imediata demissão, por causa da política econômica.

O PCdoB, que tem o controle político da UNE, também está na sustentação do governo Lula. Isso tira a autonomia e a legitimidade da entidade? Muitas vezes, o discurso fica periférico, e não vai no cerne de algumas questões.

A UNE é uma entidade plural. Talvez a mais democrática de todo o movimento social brasileiro. A gente abarca diretores da UNE filiados ao PCdoB, que é o meu caso. Mas temos diretores ligados à oposição, PSDB, DEM e Psol...

Pelo resultado das últimas eleições, o PCdoB detém uma hegemonia na direção da UNE.

No meu entendimento, isso reflete uma política que esse partido tem com a juventude brasileira. O PCdoB tem uma diferenciação, com a maior base de jovens organizados. Isso é muito por causa da forma de diálogo que o partido implementa e o respeito com a juventude brasileira. O PCdoB não tem nenhum tipo de ingerência na UNE. O fato de o PCdoB ser da base do governo não influencia nas decisões que a UNE toma. O PCdoB ou outro partido jamais tentou centralizar ou diminuir a autonomia que a UNE tem diante do governo federal. Se não fosse assim, o partido, que tem uma pequena base de voto, não conseguiria ter essa representação e a quantidade de votos em todos os congressos. O PCdoB, enquanto partido, nunca tentou interferir nos destinos da UNE.

No movimento estudantil, existe muito forte a figura da profissionalização. Um aluno passa até dez anos num curso que dura apenas quatro. Às vezes nem se forma. Como líder estudantil, a senhora se sente incomodada com isso?

Eu não enxergo de forma alguma a profissionalização dos quadros do movimento. O dirigente do movimento estudantil tem uma abnegação. Ele abre mão da sua própria vida individual, da sua formação, em nome de conquistas comuns. Não existem exemplos melhores para a juventude brasileira do que os grandes líderes estudantis. Mesmo aqueles que não conseguiram concluir a faculdade em quatro, cinco anos. Eu não tenho dúvida de que mesmo os que são de universidades públicas, conseguem organizar manifestações de passeatas, com mais verbas, com mais conquistas no campo da ciência e da extensão, pagam dez vezes a formação ou a vaga que eles estão ocupando. São grandes exemplos a serem seguidos, principalmente pela abnegação individual em função de causa coletivas e da construção de um Brasil mais justo em detrimento de sua vida individual.

A senhora entrou no curso de Jornalismo em 1999. Já se vão oito anos...

Estou no 7º semestre de Jornalismo da FMU, uma faculdade particular aqui de São Paulo. Comecei na PUC de São Paulo e me transferi para cá quando vim para UNE. Se não tivesse trancado o curso nenhuma vez, eu já poderia ter concluído em 2005. Ainda estou cursando porque quando transferi ainda passei um ano trancada. E ainda voltei trás. Na transferência de uma faculdade para outra, principalmente as particulares, muitas cadeiras têm que ser pagas de novo, até pelo interesse do lucro dos donos. Eu já estava no 6º semestre, mas tive de voltar para o 4º.

O seu mandato à frente da UNE é de dois anos e falta apenas um para a sua formação. É possível, então, uma renúncia, caso você conclua o curso antes do final da gestão?

Eu vou tentar concluir o curso, mas sendo presidente da UNE não tenho muita chance de fazer os dois últimos semestres regulares que faltam. Não tranquei a matrícula, vou a todas as aulas possíveis, conto com o apoio de colegas e professores, mas não acho muito difícil eu concluir na integralidade os dois semestres.

O Brasil tem em torno de 56% de matrículas femininas nas universidades, mas em 70 anos, a UNE agora que vai para a quarta mulher presidente. Como está a discussão interna da presença da mulher na política?

O fato de só ter quatro mulheres em sete décadas da entidade só mostra que a UNE ainda tem muito no que avançar. Só tivemos até agora a Clara Araújo e a Gisela Mendonça, na década de 80, a Patrícia De Angelis, nos anos 90. Eu sou a quarta.

Como filiada ao PCdoB, partido da base do governo, como a senhora vê a ocupação dos espaços administrativos por aliados? Isso enviesa a análise crítica?

De forma alguma. Eu considero muito justo que líderes do movimento social sejam alçados às instâncias do poder político institucional, seja executivo ou legislativo. Se tem alguém com legitimidade para propor rumos para o Brasil, em defesa do povo e do País, são os líderes alçados pelo movimento social. Não há nada mais justo para acontecer.

Isso não é carreirismo?

Carreirismo existe em deputado, que se elege, às vezes, em dez mandatos consecutivos. Não é carreirismo um ex-líder sindical virar vereador, ou um ex-líder do movimento estudantil virar deputado federal. Não enxergo nenhum tipo de carreirismo nisso não. São funções diferenciadas que as pessoas cumprem ao longo da sua vida política. As pessoas que cumprem essa trajetória dedicam sua vida à atuação política e, de um momento para outro, alteram as suas atividades. Em uns momentos, é de reivindicar, noutros de legislar e, às vezes, de executar políticas.

Sobre as ocupações de reitorias, há uma dificuldade na opinião pública de absorver esse instrumento de reivindicação. Como está essa discussão?

Só não aprova isso que você coloca, a opinião dos grandes veículos de comunicação, que são de fato dirigidos por uma elite nacional. Eles discordam da regulamentação da universidade, querem ver o ensino privatizado, querem o fim do investimento estatal nos serviços básicos necessários para a sociedade. A UNE nunca se moveu em torno da opinião dos grandes veículos de comunicação. Isso nunca motivou as nossas lutas. A gente acredita que qualquer tipo de manifestação, por qualquer tipo de estudante, é sempre legítima, se estiver em jogo as melhorias necessárias para a Educação e causas comuns para o estudante brasileiro. Qualquer tipo de manifestação, seja passeatas nas ruas, seja ocupação de reitorias de universidades privadas ou outros instrumentos que os estudantes acharem necessários naquele momento para responder a determinada situação colocada pelo governo ou sociedade, nós vamos estar utilizando esses instrumentos. Inclusive, nós estamos convocando agora, para agosto, a utilização do instrumento de ocupação de reitoria. Não só de universidades públicas, mas de universidades privadas.

Qual a relação mais difícil, com as reitorias das universidades públicas ou das privadas?

É na universidade privada onde estão os grandes inimigos da Educação. Os reitores das universidades privadas representam os tubarões do ensino. Oferecem um ensino sem qualidade para os estudantes e, na maioria das vezes, promovem desrespeito com o aumento abusivo das mensalidades e constrangimento a estudantes, impedidos de fazer provas ou de assistirem aula porque atrasaram um mês o pagamento. Além disso, muitos reitores proíbem o movimento estudantil dentro das universidades, muitas vezes trazendo a polícia para dento dos campi para tirar lideranças da UNE e de entidades estaduais que estão organizando o movimento. Contra esses inimigos da Educação a UNE também vai usar o instrumento da ocupação das reitorias.

A senhora fala de regulamentação do ensino superior privado, mas já não existem leis suficientes no setor?

Praticamente não existem leis. As leis que existem são muito poucas. Não existe, por exemplo, uma lei que regule o aumento das mensalidades. Existe um único projeto de lei tramitando na Câmara dos Deputados que diz que as mensalidades só serão aumentadas quando houver um consenso entre professores, estudantes e funcionários. Então vai ter de haver um conselho universitário, que já existe nas universidades públicas, mas muito pouco usual nas universidades privadas. Um conselho onde vai haver representação de todos os segmentos da instituição. Esse conselho é que vai aprovar ou não o aumento de mensalidades. Hoje, os aumentos são propostos, e o estudante não vê em troca o aumento da qualidade. A mensalidade aumentou, mas não há novos laboratórios nas universidades, não tem mais livros na biblioteca, nenhum prédio novo foi construído. Então, para onde foi o aumento? Foi só para gerar mais lucro? A gente sabe que as universidades privadas não podem ser utilizadas como mais um instrumento do mercado. As universidades são concessão do Estado, para que as universidades possam oferecer o direito ao ensino superior. Por ser uma concessão, tem que seguir um conjunto de regras, e a UNE defende que sejam regras rígidas. O reitor vai ter de convencer os estudantes que a mensalidade vai aumentar, porque houve aumento no salário para os professores, por exemplo.

Estamos falando de planilha de custos?

A planilha já existe, mas ela tem que ser feita em cima de argumentos, para que os estudantes possam dizer que concordam ou não com o aumento. Isso deveria ter sido criado a décadas. Hoje, o estudante inadimplente não pode concluir o curso, é impedido de fazer rematrícula no mesmo ano e, muitas vezes, é impedido de concluir o semestre, se ele não pagou o último mês. Para a UNE, tudo isso é um absurdo. Os reitores das universidades vão ter todos os meios para cobrar as dívidas dos estudantes, mas não agindo contra os estudantes. Ele que se utilize de recursos como a questão da proteção ao crédito, mas não proibindo estudante de se matricular no meio do ano ou proibindo estudante de estar concluindo o seu semestre ou sendo proibido de fazer prova. Também a gente quer que sejam criadas leis que permitam a criação de Centros Acadêmicos e DCEs. Quem é ou já foi estudante de universidade privada sabe como é difícil organizar os estudantes. Muitas vezes, as reitorias agem de forma dura contra estudantes que tentam organizar as entidades. Por isso, a gente quer uma lei que obrigue os reitores a permitir a criação desses instrumentos. É esse conjunto de regras que a gente chama de regulamentação do ensino privado. Para nós, é uma deformidade ter-se permitido o funcionamento dessas universidades, sem a criação desse conjunto de regras.

A regulamentação passa também por uma política de qualidade do ensino, tendo em vista a recente onda de cursos superiores privados?

É isso também. Na regulamentação, a gente vai exigir que as instituições privadas tenham um mínimo de professores doutores e mestres, além de questões ligadas à pesquisa. O ensino não é somente em relação ao ensino formal de sala de aula. Passa pela valorização da pesquisa e por programas de extensão com a comunidade. Mais do que isso, a gente precisa assegurar um compromisso sobre a abertura de novos cursos. Hoje, os cursos são abertos mais preocupados com a conquista fácil do lucro. Por isso que existem muitos cursos de Direito. Não precisam de laboratórios nem de grande estrutura. Uma sala de aula e uma biblioteca pequena resolvem. O Brasil não precisa de tantos advogados. Existe mercado para absolver todos eles. No Interior do Ceará, por exemplo, talvez fosse mais importante investir em cursos de Agronomia, por exemplo, com o envolvimento de profissionais ligados ao desenvolvimento de novas técnicas agrícolas. As universidades privadas também têm de ter um compromisso de abrir cursos voltados para o projeto de desenvolvimento do Brasil. Tem de ver qual a necessidade do espaço em que a universidade está inserida.

Já que estamos falando em qualidade do ensino, vale uma autocrítica da UNE às barricadas contra o provão, um instrumento de aferição desse de educação superior?

Em 70 anos de história, a UNE sempre teve uma posição a favor da avaliação universitária. A gente se posicionou contra o provão, naquele momento, e a gente olha para trás e tem muito orgulho das campanhas que fizemos contra. Era método que avaliavam apenas o aluno, e não todo o contexto da universidade. Sem outros instrumentos que permitissem saber se o problema era do professor, da falta de estrutura ou de livros. A universidade é formada pelo tripé ensino, pesquisa e extensão. Por isso a gente travou a luta contra o provão, e pelo mesmo motivo hoje a gente combate o Enade, que é a nova prova. A gente sempre exigiu uma avaliação global, capaz de ajudar o governo e a comunidade a resolver os problemas das instituições. A gente não tem dúvida de que não é através de uma prova aplicada sobre os alunos, obrigada, que se vai conseguir corrigir as falhas do ensino brasileiro. Continuamos exigindo uma avaliação mais completa, baseada nos três conjuntos de fatores.

Como a UNE pretende aplicar os R$ 200 milhões que está reivindicando do governo federal para assistência estudantil?

Chegamos aos R$ 200 milhões através de estudos de uma comissão formada por membros da UNE com as pró-reitorias de extensão e de assuntos estudantis das universidades federais. São recursos para serem usados, exclusivamente, em assistência estudantil. Seria uma liberação extra pelo MEC, para serem administrados, exclusivamente, pelas universidades federais. Seriam rubricados para a construção de residências e restaurantes universitários, transporte e bolsas para estudantes carentes. Essa rubrica existia até 1998, mas foi cortada pelo ministro Paulo Renato, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Desde lá, as universidades que ainda mantém a política de assistência estudantil, o fazem com recursos de outras áreas administrativas. Desde 1998, as universidades mantém a assistência estudantil de maneira quase heróica.

Uma das bandeiras da UNE, a Reforma Universitária, praticamente morreu por inanição, no Congresso Nacional. Como a UNE pretende reanimá-la?

O primeiro passo é continuar com a disposição de pressionar o Congresso, para que o projeto seja desengavetado na Câmara dos Deputados. Ele voltando a tramitar, a UNE vai pressionar pelas emendas que a gente acha que são necessárias para que o projeto tenha esse caráter de defesa do ensino e universidade públicas. A UNE não tem dúvida de que uma reforma universitária é urgente para ser implementada no Brasil.

Exatamente sobre que itens a UNE pretende fazer vigília?

A regulamentação do ensino privado, que tinha na última versão do projeto, a gente quer aprovar em separado da questão da assistência estudantil, para garantir uma permanência na assistência estudantil. Essa discussão pontual vai ser retomada depois que a matéria recomeçar a tramitar.

O discurso da UNE pela ética na política, na década de 90, com o Fora Collor, foi muito forte. Mas a entidade, hoje controlada pelo PCdoB, que está no governo, cria situações inusitadas. Aqui no Ceará, por exemplo, o senador Inácio Arruda, que é do PCdoB, saiu em defesa do presidente Renan Calheiros, que também é aliado do Palácio do Planalto. É uma situação impensável menos de dez anos atrás. Isso não quebra o histórico da UNE, enquanto entidade que diz defender a ética na política? Existe constrangimento na UNE no caso Renan?

Eu não vou responder pelo PCdoB. Só sei que a gente sempre lutou pela ética na política, voltada aos interesses do povo e não voltada aos interesses individuais. Acho que isso é muito marcado na nossa existência, ao cobrarmos uma reforma política efetiva. A UNE não tem dúvida de que esses escândalos que se sucedem na mídia só vão acabar quando houver uma reforma que garanta, pelo menos, um financiamento cem por cento público de campanhas dos candidatos.

Hoje, a maioria dos escândalos acontece porque os candidatos são eleitos com dinheiro do setor privado ou são eleitos para representar determinados setores da sociedade, que investem em sua campanha. Com isso, o compromisso do candidato, quando eleito, deixa de ser um compromisso voltado para o desenvolvimento de um Brasil mais justo. A UNE luta por uma reforma política ampla, geral e irrestrita, e que garanta uma situação mais democrática para o Brasil. Esses escândalos não surgiram nesse governo. É um sistema viciado na política brasileira.
Na década de 90, por muito menos, você via estudante em todas as esquinas, com faixas e bandeiras, pedindo a derrubada do governo... Por que que não teve agora um Fora Renan, ou um Fora Lula, na época do mensalão?

É porque a UNE não é pautada pela imprensa nacional. Não é a opinião dos grandes veículos de comunicação que dirige a UNE. A UNE tem as suas próprias opiniões sobre os escândalos, com muita convicção. Na época do mensalão, a UNE foi uma das primeiras entidades a fazer passeata em Brasília, no dia 16 de agosto, pedindo uma reforma política. A UNE respondeu aos escândalos de corrupção. Hoje, no que diz respeito ao escândalo envolvendo o senador Renan, defendemos a investigação de todas as denúncias. Dele e de qualquer político que se envolver em casos de suspeitas de corrupção.

O Fora Renan seria golpismo, então?

Hoje, estamos exigindo que seja investigado. Qualquer investigação, envolvendo qualquer senador ou deputado federal. Não cabe à UNE fazer o papel de julgadora. Existe a Polícia Federal, as CPIs e a quem couber julgar quem é culpado ou inocente. A gente não vai se antecipar no julgamento de políticos, para responder a anseios de uma mídia afoita.

No Fora Collor foi afoitice?

Imagina. Foi tudo comprovado. A operação Uruguai, o envolvimento de todos os ministros do Collor. A UNE saiu às ruas pelo Fora Collor, quando as denúncias já eram explícitas e conhecidas do público. Tanto que foram consideradas procedentes, e o presidente foi impeachado. As manifestações da UNE serviram para que os deputados não se intimidassem no dever de fazer o que se deveria fazer.

Como a UNE vê o Fora Collor, quinze anos depois?

Depois do Collor, a gente teve um período intenso de implementação do neoliberalismo, com dois governos sucessivos de Fernando Henrique. O movimento estudantil e o movimento social como um todo conseguiu combater e resistir bastante a isso. Agora, a gente chega num momento de possibilidade de avançar nas conquistas, e a UNE está sabendo se posicionar nesse momento importante para o País. Continuamos nas ruas e pressionando o governo e o Congresso Nacional, para que as mudanças aconteçam na universidade e no Brasil. A UNE está mais viva do que nunca, para fazer as transformações que o Brasil precisa.

A propósito do Fora Collor, o ex-líder estudantil do movimento ''cara-pintadas'' Lindberg Farias, acabou, depois de deputado federal pelo PCdoB, elegendo-se prefeito de Nova Iguaçu (RJ), em 2004, pelo PT, mas com o apoio do PSDB e do PFL. É uma sina o estudante ser subversivo na juventude e, aos poucos, ir ficando conservador?

Não. Com certeza não. Cada pessoa tem a sua trajetória individual na política. Isso não pode ser generalizado. Essa colocação não existe.

Perfil

Gaúcha de Porto Alegre, Lúcia Stumpf, 25 anos, é a típica estudante universitária classe média. Filha de médicos, que ainda moram na capital do Rio Grande do Sul, ela tem três irmãos. Em 2001, a estudante de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica do Estado assumiu a vice-presidência regional da UNE. Dois anos depois, passou à diretora de comunicação da entidade.

Foi também em 2003 que Lúcia mudou-se para São Paulo, trocando a PUC-RS pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). Lúcia foi eleita com mais de 70% dos votos no 50º Congresso da UNE, realizado em Brasília. O evento reuniu cerca de 8 mil estudantes, entre observadores e delegados - estudantes com direito de voto na eleição -, representando 1,8 mil instituições de ensino superior.

Entre os gostos pessoais da presidente da UNE, destaca-se o musical, longe do estilo Geraldo Vandré, marca registrada do estudante ''bicho grilo'', dos anos 60. ''Não perdendo a preocupação pela valorização da cultura popular brasileira, eu me dou o direito de gostar mais de rock´n roll, de som mais pesado do que o normal'', justifica.


Fonte: Jornal O Povo

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-A Juventude pede paz!  

Não à Redução da Maioridade Penal!

A União da Juventude Socialista (UJS), fundada em 1984, entidade que luta pelos direitos da juventude, vem travando há muito tempo o debate referente à redução da maioridade penal e desenvolvendo campanhas que desmistificam as ditas vantagens desta alteração legal.

1- O Brasil é um país extremamente desigual. Como é possível comparar a realidade brasileira com a realidade britânica, por exemplo? Em um país onde uma pequena minoria dos jovens tem acesso ao ensino superior, onde não há emprego para a juventude, onde a juventude não tem perspectiva alguma, onde o maior número de assassinatos paira sobre homens e mulheres até 25 anos, como podemos afirmar que os adolescentes são os criminosos? Os Poderes públicos nas três esferas (Municipal, Estadual e Federal) não cumprem a lei que garante prioridades absolutas às crianças e adolescentes, prevista no art. 4º, parágrafo único, do Estatuto da Criança e do Adolescente, que consiste em dar preferência na formulação e execução de políticas sociais e destinação de recursos públicos para esta faixa etária.

2- Em um país com sistema carcerário falido, onde o crime organizado comanda os presídios e cadeias, onde o preso entra ladrão eventual e sai bandido profissional, como é possível recuperar alguém? Se considerarmos os índices, a reincidência nas cadeias é superior a taxa nas instituições juvenis.

3- Muitos países pelo mundo, como a Espanha, vêm tendo a experiência de aumentar a idade penal, e nesses casos, a violência reduziu, assim como a reincidência ao crime. O aumento da maioridade penal é uma tendência positiva mundial, e não podemos admitir que o Brasil ande na contra-mão disso e retroceda em sua constituição.

4- A criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi um marco avançado na constituição brasileira. Quase 17 anos depois de sua criação, ainda não temos sua aplicação plena. O ECA prevê diferentes punições aos menores infratores, dependendo do crime cometido, enfatizando o tratamento do jovem na sua recuperação, através de medidas sócio-educativas que visam reintegrar o jovem à sociedade.

5- Dizer que o crime organizado utiliza dos menores para recrutar para o crime implica automaticamente em jovens cometendo crime cada vez mais cedo, pois se reduzir a idade penal para 16 anos, por exemplo, jovens de 14 ou 15 passarão a ser recrutados.

6- A psicologia aponta que a formação psíquica das pessoas se dá em sua plenitude entre os 18 e os 20 anos de idade, reforçando a tendência ainda maior à reincidência e aos adolescentes tornarem-se mais violentos quando em contato com os presos comuns e com o sistema prisional como um todo. Por tudo isso, colocamos a campanha na rua de novo e não admitiremos que uma brutalidade isolada contribua para uma investida conservadora e ineficaz, que mais uma vez culpa a juventude e tenta restringir ainda mais seus direitos.

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-Nota de Protesto contra o fim da SEJUV  

Nós, jovens cearenses, que há muito lutamos pela elaboração de políticas públicas para a juventude no nosso estado, viemos manifestar nosso PROTESTO pelo fato da extinção da secretaria de esporte e juventude, esta passando a ser agora apenas secretaria de esporte, deixando assim de ter qualquer preocupação específica com a juventude.

Este é um ato que vem na contramão da realidade nacional, pois no Brasil vivemos um momento histórico ímpar, nunca os jovens brasileiros estiveram tão presentes na construção e execução de políticas próprias, registrando um grande avanço com a criação do Conselho Nacional de Juventude e de programas importantes como o ProJovem, ProUni, Agente Jovem, entre outros.

No Ceará, em que pese a orientação do governo anterior, não podemos deixar de destacar uma melhor qualidade no que tange o diálogo com a juventude através da criação de uma secretaria que tivesse como um de seus eixos a preocupação direta com a juventude e os movimentos juvenis. Mesmo assim foram anos difíceis para nós, por isso os jovens saíram às ruas, vestiram a camisa, expuseram suas bandeiras de luta num clamor a população por mudanças, acreditando que um salto para melhor poderia ser dado, extinguindo o modelo cambeba de governar e iniciando um ciclo de desenvolvimento para os cearenses.

No entanto, nos sentimos indignados com a postura do novo governo, declarando, antes mesmo de tomar posse, que a juventude não terá mais status de setor estratégico para o desenvolvimento do nosso estado, pois é assim que interpretamos a sinalização de extirpar da SEJUV o seu caráter de elaborar políticas públicas para a juventude. Um salto está sendo dado, mas este salto é para trás, para o retrocesso, em benefício daqueles que acreditam que o lugar do jovem é nas cadeias e presídios do nosso estado, ou sendo diariamente aliciado pelo narcotráfico. De que adianta termos um grande crescimento econômico nos próximos anos, se para a nossa juventude, o futuro desse estado, vai estar reservada a miséria, a fome e a marginalidade.

Temos outra visão, acreditamos que a juventude poderá contribuir e muito para o desenvolvimento e construção de uma sociedade mais justa, por isso reivindicamos que a juventude seja reconduzida ao centro das políticas do executivo estadual, através de uma secretaria específica ou sua recondução a SEJUV, esta retornando a ser secretaria de esporte e juventude.


Edilson Fialho- Presidente da UJS do Ceará XX DE JANEIRO DE 2007

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-UJS é vitoriosa no 50º Congresso da UNE e elege Lúcia Presidente  

Depois de quatro dias de atividades, o 50º Congresso chega ao fim com ampla participação de todas as forças políticas do movimento estudantil que elegeram uma mulher para a presidência da entidade após 15 anos.

No congresso que celebrou os 70 anos da UNE, os estudantes brasileiros elegeram, após 15 anos, uma mulher para ser a nova presidente da entidade. Quem assume o cargo no lugar de Gustavo Petta é a gaúcha Lúcia Stumpf, 25 anos.

Aluna do 7º período do curso de jornalismo da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas - SP), Lúcia é natural de Porto Alegre e será a quarta mulher a dirigir a UNE. A última a ocupar o cargo, Patrícia de Angeles, se elegeu em 1991.

A plenária final do 50º Congresso foi realizada no ginásio Nilson Nelson, em Brasília, com a presença de mais de 8 mil estudantes de todos os estados do país, entre observadores e delegados (estudantes com direito a voto na eleição), representando 1.880 universidades de todo o país.

Do total de votos válidos (2.526), a chapa 11 - “1º de fevereiro”, que tinha Lúcia como candidata, teve 72% dos votos, contabilizando o apoio de 1.802 estudantes. O nome é uma referência ao mês e dia em que os estudantes retomaram, em 2007, o terreno da sede da UNE a Praia do Flamengo, 132, no Rio de Janeiro.

Disputavam outras 10 chapas inscritas, mas que não apresentaram candidato para a presidência. A chapa 10 teve totalizou 279 votos. A chapa 7 conseguiu 232 votos. Já a chapa 9 saiu com 92 votos e a chapa 8 somou 73. As outras chapas juntas fizeram 14 votos. Foram registradosd 33 inválidos.

Perfil Lúcia começou a cursar jornalismo em 1999 na PUC-RS, em Porto Alegre. Foi lá que ela se aproximou do movimento estudantil universitário e, em 2001, assumiu o cargo de Vice-presidente regional da UNE no Rio Grande do Sul. Em 2003, deixou a cidade natal e foi morar em São Paulo , quando assumiu a diretora de comunicação da entidade. Em 2005, foi escolhida para ser diretora de relações internacionais.

A estudante se destacou durante todo este período por uma atuação respeitada dentro da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), organização que reúne mais de 300 entidades.
Emocionada e se dizendo muito feliz com o resultado da eleição, ela destacou a importância que este encontro teve no fortalecimento da entidade. “A UNE ganhou a consolidação de um Congresso amplo, com a implantação da eleição direta de delegados nas universidades e a participação de todos os campos políticos, colocando em debate a diversidade de opiniões da juventude brasileira. Foi um Congresso de unidade, com a defesa das lutas e reivindicações dos estudantes para o próximo período”, disse.

A gestão da nova presidente já terá em agosto uma série de protestos, passeatas e manifestações. A jornada de lutas, aprovada no Congresso, vai comemorar os 70 anos da UNE (que serão completados no dia 11 de agosto) e exigir a criação de um Plano Nacional de Assistência Estudantil. “A prioridade da UNE é lutar pela melhoria das universidades públicas no país, pela regulamentação do ensino privado e pela garantia de políticas que garantam a permanência dos estudos do estudante de baixa renda”, disse. Congresso

O 50º Congresso alterou a rotina da Universidade de Brasília (UnB). Durante quatro dias foram realizados 12 debates, 18 grupos de discussão e 2 seminários. Na quarta-feira uma sessão solene do Senado Federal homenageou os 70 anos da UNE. Na quinta, a mesa de abertura reuniu lideranças dos movimentos sociais que reafirmaram a unidade com a luta dos estudantes.

Na sexta, uma passeata pela Esplanada dos Ministérios terminou com um ato em frente ao Banco Central onde cerca de 8 mil pessoas cobraram mudnças na políticas econômica e pediram a imediata demissão do presidente da instituição, Henrique Meireles.

As atividades serviram de base para os estudantes elaborarem as propostas construídas e aprovadas pelo conjunto dos participantes. São documentos respaldados pelos delegados e observadores do Congresso, que vão nortear as ações da UNE para os próximos dois anos nas áreas de educação; movimento estudantil; meio ambiente; políticas públicas para a juventude; GLBTT; saúde; reforma política; inclusão digital; direitos humanos e comunicação; além de discutir a conjuntura nacional e internacional. A Vice-presidente, Louise Caroline, afirma que a entidade vive um maior grau de unidade. "Nos outros 49 Congressos, nunca foi possível unificar tanta gente e tantos campos políticos na defesa da UNE, da universidade pública e da soberania nacional", disse. “Nós que fizemos esta gestão estamos felizes por saber que o próximo pessoal terá condições de conquistar ainda mais vitórias e consolidar o movimento estudantil na sua base, avançando cada vez mais na luta pela pátria democrática e socialista e por uma educação libertadora que a UNE sempre defendeu”, completa.

Para o Secretário-geral, Pedro Campos, o 50º Congresso traz como diferencial a qualificação do debate político e da participação. “O novo processo de eleição dos delegados permitiu que as principais lideranças do movimento estudantil pudessem chegar ao Congresso com mais propriedade. Desta forma, transformaram as Plenárias e grupos de discussão em momentos muito mais ricos de debates e construção política. Nesse sentido, a UNE sai do Congresso com uma capacidade de formação das suas ações e realizações muito mais profunda”, avalia.

O atual presidente, Gustavo Petta, também fez um balanço positivo do Congresso e disse que a eleição de Lúcia mostra que os estudantes aprovam a política da UNE, que nos últimos anos se firmou com uma das principais entidades do movimento social brasileiro. “Junto com MST e a CUT, a UNE reafirmou suas reivindicações junto ao conjunto dos movimentos sociais. Participamos da luta contra a corrupção, diversificamos nossa atuação e não restringimos nossas ações às bandeiras mais tradicionais, como educação e política”, enumera.

Fonte: estudantenet

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-Estatuto da UJS  

CAPÍTULO I

Art. 1º - A União da Juventude Socialista, com sede nacional em São Paulo, é uma associação civil sem fins lucrativos, regida pela legislação em vigor e pelo presente Estatuto, sem prazo determinado de duração.

a.é uma organização juvenil, ampla, política e socialista;

b.atua politicamente através do movimento juvenil, buscando responder às especificidades deste e apresenta o socialismo, único sistema capaz de ser alternativa ao capitalismo no Brasil.

Art. 2º - A UJS é uma organização de jovens, principalmente oprimidos e trabalhadores, que atua compreendendo e respeitando a diversidade da juventude. Para tanto, busca contato com todas as manifestações juvenis, desde que não firam seus princípios.

Art. 3º - A União da Juventude Socialista tem por objetivo:

a.defender os direitos da juventude à liberdade, ao trabalho, educação, saúde, esporte, lazer e cultura;

b.a divulgação e estudo do socialismo científico entre a juventude;

c.defender a democracia, a soberania e a independência nacional;

d.defender a natureza e o meio ambiente;

e.promover e participar de eventos em conjunto com as associações culturais, profissionais, juvenis e outras, de acordo com as alíneas a, b, c e d deste artigo.

CAPÍTULO II

Art. 4º - São princípios organizativos da UJS o respeito e o cumprimento das decisões de seus fóruns; a direção coletiva; a valorização do consenso, da identidade de idéias e da unidade política.

Art. 5º - Podem ser membros da UJS todos os jovens até 29 anos de idade que aceitem o Manifesto e o presente Estatuto, e participem dos fóruns e/ou atividades da entidade.
Parágrafo Único – Serão abertas exceções de acordo com a necessidade da organização, sendo discutidas nas respectivas instâncias deliberativas.

Art. 6º - O ingresso para a UJS é individual e se dará através de assinatura de ficha de filiação à organização.

Art. 7º - São direitos dos filiados:

a.participar dos fóruns e reuniões da entidade apresentando e discutindo propostas;

b.eleger e ser eleito para os fóruns da organização e suas direções;

c.recorrer aos fóruns superiores de decisão e questionar as direções sobre assuntos referentes a suas gestões.

Art. 9º - A desfiliação só poderá ocorrer em caso de desrespeito e não cumprimento do presente Estatuto e do Manifesto da organização, desde que aprovado por 2/3 (dois terços) dos membros da instância a que o filiado está diretamente vinculado.

Parágrafo Único – O filiado terá amplo direito de defesa e poderá recorrer da decisão às instâncias deliberativas superiores inclusive ao congresso nacional.

CAPÍTULO III

Art. 10º - São fóruns da UJS, respectivamente:

a.o Congresso Nacional, o Congresso Estadual, o Congresso Municipal e a Assembléia do Núcleo;

b.a Plenária Nacional, a Plenária Estadual, a Plenária Municipal e a Reunião do Núcleo;

Parágrafo Único – Os fóruns nacionais são superiores aos estaduais e assim sucessivamente.

Art. 11º - São estruturas da direção da UJS, nos respectivos âmbitos, a Direção Nacional, A Direção Estadual, A Direção Municipal e a Direção do Núcleo.

Seção I
Dos fóruns

Art.12º - Os Congressos Nacional, Estadual e Municipal reúnem-se ordinariamente a cada dois anos, ou extraordinariamente por convocação das respectivas plenárias.

Art.13º - São atribuições dos Congressos Nacional, Estadual e Municipal da UJS:

a.estabelecer o plano geral de atuação da UJS de acordo com a realidade nacional, estadual e municipal, do movimento juvenil e da juventude brasileira;

b.realizar o balanço da atividade organizativa da UJS e estabelecer o plano estratégico de construção da organização a sua esfera de atuação;

c.definir o número de membros e eleger a direção com método definido pelos delegados;

d.criar, se considerar conveniente, novos fóruns e direções intermediárias no âmbito de sua competência.

Parágrafo Único – Compete somente ao Congresso Nacional realizar, quando necessárias, mudanças no Manifesto e no Estatuto da UJS.

Art. 14º - São delegados aos congressos os filiados eleitos nos fóruns imediatamente inferiores, conforme critérios estabelecidos pelas plenárias correspondentes.

Art. 15º - As plenárias Nacional, Estadual e Municipal reúnem-se ordinariamente a cada seis meses, e extraordinariamente por convocação da direção correspondente ou por 50% +1 (cinqüenta por cento mais um) dos representantes discriminados na alínea b dos artigos 17º e 18º.

Parágrafo Único – Nos locais em que as direções não estiverem funcionando serão realizadas plenárias para definir a posição.

Art. 16º - São atribuições das Plenárias Nacional, Estadual e Municipal:

a.proceder o balanço da aplicação das resoluções dos respectivos congressos e indicar as prioridades de cada momento;

b.realizar os ajustes conjunturais ao plano geral de atuação da UJS;

c.avaliar o trabalho da direção;

d.convocar extraordinariamente e definir em qualquer situação os critérios de participação no congresso correspondente.

Parágrafo Único – As plenárias, de forma extraordinária e convocadas para este fim, poderão substituir os diretores que abandonarem a direção correspondente ou pedirem afastamento, desde que o número não ultrapasse a 1/3 (um terço), quando será obrigatória a convocação de congresso.

Art. 17º - São membros da Plenária Nacional:

a.membros da Direção Nacional;

b.2 (dois) representantes de cada Direção Estadual.

Art. 18º - São membros das Plenárias Estadual e Municipal:

a.os membros da direção correspondente;

b.representante(s) de cada Direção Municipal ou de Núcleo, conforme o caso.

Parágrafo 1º - Quando o município não possuir Direção Municipal, a Direção Estadual definirá o número de representantes de cada Direção de Núcleo à Plenária Municipal.

Parágrafo 2º - A Plenária Municipal pode, extraordinariamente, se fazer com todos os filiados sendo membros.

Seção II
Das direções

Art. 19º - São atribuições das Direções Nacional, Estadual e Municipal:

a.a direção do trabalho da UJS em seu âmbito de competência;

b.a execução e o controle da aplicação das resoluções das plenárias e congressos correspondentes;

c.a representação da UJS em seu âmbito;

d.deliberar sobre questões de seu âmbito de competência em consonância com as resoluções dos congressos e plenárias da entidade.

Art. 20º - A Direção Nacional é superior à Direção Estadual e assim sucessivamente, respeitando-se o âmbito da competência de cada direção.

Art. 21º - A Direção Nacional será composta pelo presidente, secretário geral, diretor de comunicação, tesoureiro, diretor de formação, diretor de relações internacionais e diretores nacionais com tarefas definidas coletivamente. As Direções Estadual e Municipal terão obrigatoriamente presidente e tesoureiro em sua composição.

Parágrafo Único – As Direções Nacional, Estadual e Municipal poderão, a seu critério, definir uma executiva como coletivo de encaminhamento de suas decisões, subordinada à direção correspondente, sem prejuízo da definição de tarefas entre os membros da direção.

Art. 22º - Compete ao Presidente:

a.representar a organização em juízo ou fora dele;

b.presidir as reuniões da Direção Nacional, as Plenárias e o Congresso Nacional;

c.assinar, junto com o tesoureiro, cheques, papéis e documentos relativos ao movimento financeiro e administrativo da organização.

Art. 23º - Compete ao Tesoureiro:

a.gerir, sob supervisão do Presidente, o movimento financeiro e administrativo da associação apresentando quadrimestralmente, ou sempre que solicitado, o balanço da associação;
autorizar, juntamente com o Presidente, despesas, pagamentos e aquisição de bens para a sociedade;

b.assinar, juntamente com o Presidente, cheques, papéis e documentos relativos ao movimento financeiro e administrativo da organização.

Seção III
Dos núcleos

Art. 24º - Os núcleos são a materialização da UJS em cada local. São eles que garantem a intervenção viva da organização na realidade de cada setor dos jovens brasileiros.

Art. 25º - Não existem regras formais para a constituição dos núcleos. Eles devem tomar a forma que a realidade exigir.

Art. 26º - Os núcleos realizam periodicamente sua Assembléia, com os seguintes objetivos:
estabelecer um planejamento do trabalho de acordo com as resoluções dos fóruns da UJS e com a realidade do seu local de atuação;

a.eleger uma Direção;

b.eleger representante(s) ao Congresso Municipal.

Art. 27º - Participam da Assembléia do Núcleo todos os filiados do núcleo.

Art. 28º - A Direção do Núcleo tem a responsabilidade de dirigir a atuação do núcleo e unificar a ação dos filiados.

CAPÍTULO IV

Art. 29º - O patrimônio da União da Juventude Socialista será formado através de doações, contribuições dos filiados, e, em caso de dissolução da organização, que só se dará em Congresso Nacional convocado para este fim, será destinado para entidades de caráter assistencial e/ou centros de estudos e pesquisas de caráter não privado.

Art. 30º - Os diretores da UJS não responderão, nem mesmo subsidiariamente, pelas obrigações assumidas pela organização.

Art. 31º - A UJS não se responsabilizará por atos isolados de seus filiados e diretores.

Art. 32º - O presente Estatuto entrará em vigor na data de sua aprovação e só poderá ser alterado no Congresso Nacional.

Art. 33º - Os casos omissos no presente Estatuto serão resolvidos em primeira instância pela Direção Nacional e respectivamente pela Plenária e pelo Congresso Nacional.

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Manifesto Socialismo com a Nossa Cara  

Nos bancos das escolas e universidades, no cotidiano do trabalho das fábricas e repartições, no duro ofício de lavrar a terra, nas praças, ruas, palcos, quartéis, campos, praias e festas dizemos presente.

Somos milhões de faces que dão a cara jovem ao Brasil. Somos Socialistas porque, jovens que somos, andamos abraçados com o futuro e a busca da felicidade - desejos que são diariamente frustados nessa sociedade capitalista que não tem perspectiva e só nos oferece a desilusão e a exploração.

"Há tempos são os jovens que adoecem" [Legião Urbana]

Aqui no Brasil, somos discriminados e postos de escanteio. Amargamos o não aproveitamento do melhor de nossa criatividade e energia na imensa fila dos desempregados. A placa de "NÃO HÁ VAGAS" é a senha de nossa exclusão e marginalização. Somos milhões que não têm acesso ao ensino e por isso muitos de nós acabam lançados ao analfabetismo. Nas escolas e universidades encontramos um ensino elitista, atrasado e conservador, sem investimentos e democracia.

Os livros, peças, filmes e shows são acessíveis somente para quem tem grana .Os meios de comunicação, cada vez mais alheios à verdade, constroem um mundo falso no qual não cabemos senão como repetidores de uma moral que nos é estranha. Para nós, oferecem o individualismo, a mistificação religiosa, a banalização dos nossas desejos, a pornografia e a prostituição. Oferecem a discriminação e a exclusão social. Muitos dos nossos, não achando mais caminho, criam vício e dependência de drogas, enriquecendo os capitalistas do tráfico.

Sem casas para morar, somos jogados nas favelas e para debaixo das pontes. Excluídos, somos caçados e mortos como bichos pelos grupos de extermínios e pela polícia.

Nossa infância vende doces nas esquinas, cheira cola nas calçadas e sofre sem qualquer proteção.A prática esportiva e o lazer, para nós tão importantes na formação, são exceção em nossas vidas. O turismo é mercadoria de luxo.

Há tempos adoecemos. Somos campeões da cárie dentária e de epidemias, a rede pública de saúde vai sendo destruída e vão nos matando por falta de acesso. Não existe orientação sobre métodos anticonceptivos. São milhares de jovens que enfrentam uma gravidez sem nenhuma proteção e acompanhamento. O aborto em clínicas de fundo de quintal acaba sendo a única alternativa para interromper uma gravidez precoce e indesejada. Muitos jovens são vitimados pela Aids, por falta de informações e meios de prevenção. Alguns setores se utilizam dessa tragédia para fazer a cruzada moral e reprimir o despertar de nossa sexualidade.

Nosso meio ambiente é vítima da insanidade capitalista que o degrada, polui e destrói.

"Quem quer manter a ordem?" [Titãs]

Os donos do poder afirmam que vivemos uma democracia porque temos eleições. Escondem que as regras dessa ordem só servem para os que têm poder financeiro.

Essa democracia nos discrimina, não nos ouve e não nos serve. Somos considerados o futuro e, assim, no presente não temos espaço para opinar, participar e decidir. Mesmo esta falsa democracia cada vez mais é atacada e limitada...

A violência nos persegue o tempo todo. Muitos dos nossos nos ferem ou se matam em disputa entre gangues, ou são espancados pelos próprios pais.

Outros recebem uma bala perdida ou são vítimas de assalto ou perseguição. No capitalismo não temos paz.

Nossa liberdade é extremamente vigiada e reprimida. As elites e os meios de comunicação discriminam o negro, tratando-o como escravo "moderno" e deformando sua história. Às mulheres não dão igualdade de direito e não entendem sua realidade e suas diferenças. O homossexualismo é tratado como doença e não como livre opção individual. Preconceito e discriminação são as marcas do nosso tempo.Aos 18 anos somos obrigados a prestar o serviço militar, que deveria ser uma opção de consciência de cada um.

"Que país é este?" [Legião Urbana]

Com um povo criativo, num vasto território e riqueza de fazer inveja, nosso gigante vive ajoelhado. O Brasil é cada vez mais dependente e subserviente em relação aos países imperialistas, em especial aos Estados Unidos.

O que move a chamada globalização é a busca do lucro, o desejo de acabar com a soberania dos países, explorar seus trabalhadores, destruir suas culturas e anexar suas riquezas. Conduzido neste rumo, nosso Brasil vê sua bandeira pisoteada, sua independência destruída e seu futuro comprometido.

"Quero ver quem paga pra gente ficar assim" [Cazuza]

Nossa história está marcada pelo atraso e pela subordinação extrema. Portugal, Inglaterra e Estados Unidos. Foram eles ao longo do tempo que promoveram a escravidão, a monocultura, o atraso industrial, o desenvolvimento dependente e, mais recentemente, a tentativa de desindustrialização e da nossa transformação em mercado de bugiganga.

Mas não foram eles os únicos responsáveis por esta triste história e pelo rumo atual.Os latifundiários, praga secular do nosso país, sempre sustentaram este rumo através da violência e do coronelismo político.

A chamada burguesia brasileira, incompetente e adepta do projeto imperialista, em sua maioria, sempre se subordinou aos interesses de seus patrões e de seus subordinados externos. O capital financeiro aqui já surgiu ligado aos grupos monopolistas estrangeiros.

"Homem primata, capitalismo selvagem" [Titãs]

Se o capitalismo em nosso país é trágico para o povo, no mundo não é diferente. Em sua fúria exploratória tenta fazer do mundo inteiro um vasto campo para sua ganância. Proprietários da tecnologia, fazem suas mercadorias e capitais percorrerem o mundo com velocidade. Trilhões de dólares circulam nos sistemas financeiros como nuvens por todo o globo, vivendo somente da especulação e do roubo.

Globalizado o capitalismo, globalizada a exclusão. Somente 20% dos seres humanos cabem neste capitalismo, aos outros bilhões restam a miséria, as doenças, a fome e a morte. Globalizado o capitalismo, globalizado o caráter desumano, cruel e ineficiente. Globalizada a necessidade de superá-lo, de pôr fim nesta barbárie "moderna".

"... carro alegre, cheio de gente contente..." [Pablo Milanés]

Assim é a história: a juventude e os povos do mundo não se calam diante do caos capitalista. Em todos os continentes se levantam vozes e punhos contra o capitalismo e seus males. Exigem direitos sociais, defendem seu país, sua liberdade e assim, de dedo em riste, encaram o capitalismo, negador dos seus anseios.

"Mas eu não sou as coisas e me revolto" [Carlos Drummond de Andrade]

A história do capitalismo é também a história de resistência à exploração e sua defesa de outra sociedade. Esta luta gerou em 1848, pelas mãos dos jovens alemães, Karl Marx e Friedrich Engels, o Manifesto do Partido Comunista, programa básico de luta contra o capitalismo e em defesa do socialismo. Programa que até hoje nos inspira. Em 1917, sob o comando de Lênin, o socialismo prova na velha Rússia que o capitalismo não é eterno. Em poucas década o socialismo alterou a face do mundo, levando à construção da União Soviética e à vitória de vários povos do leste europeu e da Ásia. Nestas suas primeiras experiências históricas, prova que é superior ao capitalismo ao oferecer direitos sociais e uma nova vida para milhões, mesmo vivendo sob o constante cerco capitalista.No entanto, cometeu vários erros importantes. Aos poucos o povo, de força principal da construção da nova sociedade, passou a ser mero coadjuvante. A democracia e a liberdade foram se reduzindo para os trabalhadores e para a juventude. A vida cultural e científica passou a ser tratada com oficialismo. Esses erros fizeram com que muitas dessas experiências acabassem por se negar. Tudo isso levou ao fim do socialismo na URSS e no Leste Europeu.

Esses reveses nas primeiras experiências socialistas revelam erros e mostram a necessidade de aprimorarmos mais seu projeto. A construção do socialismo está apenas no seu começo.

"Canta, canta, minha gente / deixa a tristeza pra lá / canta forte, canta alto / que a vida vai melhorar..." [Martinho da Vila]

Temos alegria e rebeldia para derrotarmos a face velha e capitalista do Brasil e em seu lugar colocarmos o socialismo com a nossa cara. O Brasil socialista que queremos terá um poder popular, uma República de trabalhadores que acabará com a exploração e nele haverá a verdadeira liberdade e a mais ampla democracia para o povo e para a juventude.

Terá o ser humano como seu primeiro objetivo, será libertário e criativo, incentivando o conhecimento e a transformação, será justo e igualitário. A terra e as empresas trarão benefícios para todos e não somente para um punhado de capitalistas. O trabalho passará a ser um valor fundamental do desenvolvimento humano. Nosso país socialista se relacionará com o mundo de forma independente, respeitando a autonomia dos outros povos. Romperemos as amarras que nos mantiveram tanto tempo de costas para o nosso continente e finalmente assumiremos nossa identidade latino-americana.

Nosso povo, internacionalista, apoiará as lutas de outros povos por um mundo melhor. No Brasil socialista, nós jovens seremos considerados uma força presente e nele conquistaremos o espaço para discutir, participar e decidir sobre nossos interesses e sobre o rumo do país.

"Os meninos e o povo no poder..." [Milton Nascimento e Fernando Brant]

Não queremos fórmulas. O nosso socialismo será verde e amarelo, tocará viola, dançará samba e rock. Fará carnaval e jogará futebol. Será construído a partir de nossa realidade e caminhos que nós descortinaremos.

Beberá da experiência da história da luta do nosso povo. Terá o vigor dos versos abolicionistas de Castro Alves, a revolta de Zumbi, o desejo de liberdade de Tiradentes, a bravura de Helenira Rezende, de Osvaldão e dos guerrilheiros do Araguaia, o hino democrático das Diretas Já, a cara jovem e pintada do Fora Collor.

Beberá também da história da nossa América Latina, da vontade de unidade que moveu Bolivar, da revolução camponesa de Zapata, da luta de Sandino, do exemplo de dedicação e combatividade de Ernesto Che Guevara.

Nele, conquistaremos emprego digno, ensino público e gratuito, de qualidade, para todos, em todos os níveis. Nele garantiremos acesso à arte produzida em nosso país e no mundo. Lutaremos por uma nova cultura, progressista, popular e brasileira, por incentivos e espaços aos nossos artistas.A ciência e a tecnologia deverão ser desenvolvidas e utilizadas para nossos interesses, não para generalizar desemprego, destruir a natureza ou produzir armas e guerra.

Queremos que esporte e lazer façam parte do nosso cotidiano e que tenham facilidade para viajar para todos os lugares de nosso país.

Os grupos de extermínio terão que acabar e a polícia, ao invés de nos perseguir, vai Ter que prender aqueles que destroem a natureza, que roubam o dinheiro do povo, que vendem a droga e promovem a prostituição.

Brasileiro, formado pelas várias raças que se somaram e se uniram, nosso socialismo terá de acabar de fato com a discriminação e os preconceitos de toda a espécie. Nele exigiremos direito à saúde, à habitação e ao futuro. A natureza será protegida como será nosso povo. Nossa infância terá atenção e ao invés de viver jogada pelas ruas, terá o direito de brincar e de crescer sorrindo. Ajudaremos a acabar com o analfabetismo e com a ignorância. O povo aprenderá a linguagem dos computadores e da Internet, mas não deixará de lado o seu hábito de diálogo franco e seu contato social permanente. Queremos que TVs, Rádios, Cinemas e todos os meios de comunicação deixem de ser instrumentos de quadrilhas e sirvam aos nossos interesses.

Parece utopia, mas é plenamente realizável. Nós transformaremos a face do Brasil. Nunca negamos nossa rebeldia e força para as grandes transformações. A revolução que queremos exige muita luta. Não será obra fácil. De sua edificação terão que participar os trabalhadores do campo e da cidade, a juventude, os artistas e as personalidades populares. A união popular será a arma principal para vencermos. Dela deverão participar os sindicatos, as entidades estudantis e todas as organizações do povo. Os partidos do povo, unidos, deverão também fazer parte de uma ampla frente por uma vida nova.

"O homem coletivo sente a necessidade de lutar" - [Chico Science]

É para construir essa vida nova que te convidamos. A solidão não cabe para nós, pois vivemos a luta deste tempo - cruel sim, mas também desafiador. Juntos escreveremos a história desse novo Brasil que desejamos.

Aqui, na União da Juventude Socialista, vão se encontrar as bandeiras vermelhas, verde-amarelas e os nossos anseios, nossa rebeldia, nossa solidariedade e a luta diária pelo socialismo. Não nascemos para o silêncio, nascemos para cantar e viver outra vida, melhor e mais justa. Assim será a república de trabalhadores que ajudaremos a construir. Nela estarão "os meninos e o povo no poder...". Nela estará hasteada bem alta a bandeira do socialismo e, nas faces, estampada a nossa alegria.

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