UNE e UBES realizam grande jornada de lutas no Ceará

"Há muito tempo não se viam tantos estudantes nas ruas do centro de Fortaleza", a frase de espanto dita por uma jornalista do Jornal Diário do Nordeste resume bem o espírito da jornada de lutas em defesa da educação da UNE e da UBES aqui no Ceará.

Sob o mote: "Educação de Verdade- mais verbas, democracia e qualidade", a UNE e a UBES realizaram grandes manifestações em todas as capitais do país entre os dias 24 e 28 de março.

Aqui no Ceará a jornada conseguiu aglutinar várias correntes de pensamento dentro do movimento estudantil que participam da UNE e da UBES. Duas grandes manifestações fizeram parte da jornada, uma na quinta-feira pela manhã (dia 27) reuniu cerca de mil estudantes na secretaria de educação do governo do estado, exigindo merenda escolar para o ensino médio. A outra manifestação aconteceu na sexta-feira à tarde (dia 28) e lembrou os 40 anos de morte do estudante Edson Luis, brutalmente assasinado durante a ditadura militar. A manifestação do dia 28 contou também com o apoio de diversos sindicatos filiados à CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil) e reuniu mais de 2 mil estudantes secundaristas e universitários de Fortaleza, Maranguape, Aquiraz, Aracati e Caucáia.

A manifestação do dia 28 seguiu o tradicional percurso Praça da Bandeira-Praça do Ferreira, no centro de Fortaleza, e nela os estudantes fizeram 3 paradas. As duas primeiras aconteceram em frente à Coelce e depois em frente ao BEC dos peixinhos, privatizados durante o desgoverno tucano em nosso estado, e protestaram em favor da redução da tarifa de energia e contra a entrega das estatais ao capital privado. Rudiney Souza, diretor da UNE no Ceará falou sobre a importância da aliança estudantil-proletária no embate contra o desmonte do aparelho estatal intentada pela direita brasileira e falou também sobre a luta pela redução da jornada de trabalho de 44h para 40h semanais, como forma de gerar mais postos de trabalho para a juventude. Em seguida a manifestação seguiu até o McDonald's e as entidades fizeram suas intervenções condenando a política beligerante do imperialismo estadunidense, reinvindicando a paz e o direito à autodeterminação dos povos em todo o mundo. Segundo Ivo Braga, diretor da UBES no Ceará, "A invasão do território do Equador impetrada pelo exército colombiano de Uribe, lacaio de Bush, mostra que depois de ferir de morte a soberania do Afeganistão e do Iraque, a máquina de guerra dos EUA estende suas garras em direção à América Latina".

A atividade se encerrou com um ato na Praça do Ferreira, onde as diversas bandeiras de luta foram abordadas com muita descontração e irreverência nas inflamadas intervenções dos estudantes, entre as quais:

• 10% do PIB para a Educação.

• Pelo fim da DRU (Desvinculação da Receita da União) e pela derrubada dos vetos ao PNE (Plano Nacional de Educação).

• Gestão democrática nas escolas e universidades.

• Passe livre ilimitado e pelo respeito à Meia Cultural! Implementação imediata da meia macrorregional!

• Contra as Fundações Privadas nas universidades públicas!

• Contra a redução da idade penal de 18 para 16 anos! Lugar de jovem não é na cadeia e, sim, na escola.

• Pela redução da jornada de trabalho de 44h para 40h semanais.

• Contra as privatizações e em favor da reestatização das empresas privatizadas!

Como consequência prática do ato as entidades estudantis marcaram uma plenária para a próxima segunda-feira, dia 31/03, às 17h, no auditório do DCE da UFC (localizado na Rua Clarindo de Queiros, 933 – Centro). O objetivo da plenária é fazer uma avaliação da jornada de lutas no Ceará e construir um Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública que discuta o Plano Nacional de Educação (PNE) aprovado em 1997 e inicie a discussão do novo PNE que será votado em 2010, para que o movimento estudantil, em conjunto com outros atores dos movimentos sociais, possam apresentar uma proposta unificada.

David Aragão,
Secretário de Comunicação da UJS-Ce.