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Jogo de cena esconde o real objetivo do conflito em Gaza  

Ainda não há previsão para o fim da escalada genocida na Faixa de Gaza, iniciada em 27 dezembro e chamada por Israel de “Operação Chumbo Fundido”. Mas qual é mesmo o objetivo da guerra?

Por trás das tão exploradas controvérsias religiosas, do suposto apelo americano pelo fim dos ataques de Israel, e o absurdo silêncio da ONU, uma análise mais detida do conflito pode revelar um complexo jogo geopolítico para garantir à elite israelense a tomada da Palestina e aos EUA o controle do Oriente Médio.

Segundo o chefe dos serviços de emergência do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza, os ataques do Exército israelense já mataram pelo menos 500 palestinos, sendo 87 deles crianças, e deixou 2.450 feridos. Hasanein destacou que 22 dos 40 palestinos mortos na invasão terrestre a Gaza, iniciada na noite de sábado (3), eram civis. Entre os mortos deste domingo (4) estão uma mãe palestina e seus quatro filhos, atingidos por bombardeio israelense.

Mesmo diante de tantas mortes, a fome de sangue do Exército israelense não está nem perto de acabar. O chefe dos serviços de emergência relatou que na manhã deste domingo, forças israelenses abriram fogo contra uma zona comercial na Cidade de Gaza, provocando um número ainda não determinado de mortos e feridos.

Ainda neste domingo, palestinos disseram à imprensa que testemunharam a chegada de mais de 80 veículos blindados do Exército, como tanques, sendo estacionados no antigo assentamento judaico de Mitzarin, cerca de três quilômetros ao sul da Cidade de Gaza.

Palestina: 500 mortos; Israel: cinco

O desproporcional poderio bélico de Israel comprova-se pelas notícias divulgadas na mídia da região. Segundo a rede de TV qatariana Al Jazeera, o Hamas disse ter matado cinco soldados israelenses e ferido outros 20 nos combates deste domingo em Gaza. Já o Exército de Israel confirmou, por meio de um porta-voz, a morte de apenas um soldado.

Foi a primeira morte israelense anunciada pelo serviço militar desde o início da operação por terra na Faixa de Gaza. Segundo Israel, outros 32 israelenses ficaram feridos durante a invasão por terra.

O sanguinário presidente de Israel, Shimon Peres, voltou a destilar seu ódio neste domingo ao reafirmar que não haverá interrupção nos ataques a Gaza. ''Queremos acabar com o terrorismo. E o Hamas precisa de uma lição real e séria. E agora eles estão tendo essa lição'', disse Peres ao programa This Week, da ABC News.

Onde Peres diz ‘lição’, pela determinação com que o chefe de Estado tem levado à frente sua guerra cruel, e a despeito dos milhares de protestos pela paz que crescem em todo o mundo, inevitavelmente se compreende ‘extermínio’.

ONU permanece calada

Em sua terceira reunião desde que o conflito se iniciou, e após quatro horas de debates a portas fechadas — e apenas algumas depois da invasão terrestre de Israel a Palestina —, a conclusão da reunião deste sábado do Conselho de Segurança da ONU foi vexatória. De lá não saiu qualquer acordo sobre os termos de uma declaração pedindo o cessar-fogo na Faixa de Gaza.

''Não houve acordo entre os países membros, mas houve concordância quanto à preocupação sobre a escalada da violência e a deterioração da situação, além de um forte consenso quanto a um cessar-fogo imediato, duradouro e respeitado pelas partes”, tentou amenizar Jean-Maurice Ripert, que preside o Conselho.

O presidente geral da Assembléia da ONU, o nicaraguense Miguel D'Escoto, foi mais realista e classificou a incursão israelense como ''uma monstruosidade'', acrescentando, “e, mais uma vez, o mundo assiste consternado a disfuncionalidade do Conselho de Segurança''.

Os EUA foram decisivos para o fracasso da reunião. O país, um dos cinco com poder de veto no grupo e aliado de Israel, vetou a proposta de cessar-fogo sob a alegação de que o Hamas não acataria as medidas. “O direito de defesa de Israel é inegociável”, disse o embaixador americano, Alejandro Wolff.

Diante dos fatos, a justificativa para o início da invasão — proteger o sul israelense dos ataques de foguetes do Hamas — não convence a ninguém. Mesmo assim, com o voto dos Estados Unidos — justamente no Ano Novo, momento de apelo à paz e não de um chamado à guerra —, a ONU preserva o silêncio assustador sobre o genocídio de Israel a Palestina.

A disputa política pela paz

Com Shimon Peres de um lado, e de outro a polêmica tática de resistência do Hamas, os setores mais elitistas de Israel encontram um cenário propício para colocar em prática um antigo plano: o controle político da Palestina.

Para tanto, como tem reiteradamente mostrado o presidente israelense, não serão poupados nem mesmo os mais sórdidos meios para que a Palestina tenha a sua ‘lição’. Doa a quem doer, gostem ou não gostem: o verdadeiro terrorismo de Estado é praticado por Shimon Peres, escrevem colunistas.

Corroborara com o plano de Israel o silêncio garantido pelos EUA do Conselho de Segurança. Ao calar a ONU — além de abrir graves precedentes contra a paz mundial — o governo americano sustenta à guerra de Israel e, em troca, ganha o apoio israelense para controlar a região.

Solidariedade e luta pela paz

A fim de melar o propalado acordo geopolítico, espera-se que o crescente aumento do número de vítimas civis intensifique a pressão internacional sobre Israel para que encerre sua maior operação na Faixa de Gaza em quatro décadas. Há também os significativos riscos políticos que os combates — especialmente se suas forças sofrerem pesadas baixas nos confrontos de rua — trazem para os líderes israelenses nas vésperas da eleição nacional, marcada para 10 de fevereiro.

Como se vê, neste complexo e histórico conflito joga grande papel a solidariedade à Palestina e a mobilização mundial pela paz. Em diversas cidades, de inúmeros países e em todos os continentes, crescem os protestos pela imediata retirada das tropas de Israel e luta pela paz.

Mesmo estando tão distante, a população brasileira já começou a dar a sua contribuição realizando, na última sexta (2), um ousado ato que contou com mais de 300 pessoas. “Me comovi com as notícias da violência que eles estão sofrendo. É a primeira vez que me envolvo em uma manifestação assim”, disse na ocasião a estudante Kátia da Costa, de 17 anos. Kátia não é descendente de árabes e nem é muçulmana. Ela foi até a Avenida Paulista por se identificar com a causa e ficou sabendo do ato por uma comunidade do Orkut.

Leia também:

- Partidos comunistas e operários lançam apelo por palestinos

Fotos do conflito:


Fonte: Portal Vermelho de Notícias

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