Senado aprova cota de 50% nas universidades federais
Publicado por Blog UJS Ceará
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quarta-feira, 8 de agosto de 2012
Os senadores aprovaram em
plenário, na noite desta terça-feira (7), o projeto que destina 50% das vagas
em universidades federais para estudantes oriundos de escolas públicas. O
projeto foi aprovado de forma simbólica pelos senadores. O único voto contrário
manifestado foi do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP). Agora, será encaminhado
para sanção da presidente da República, Dilma Rousseff.
O projeto aprovado pelo Senado combina cota racial e social. As vagas reservadas serão divididas de três maneiras: cor, rede de ensino e renda familiar.
A cota racial será
diferente em cada universidade ou instituto da rede federal. Estudantes negros,
pardos e índios terão o número de vagas reservadas definido de acordo com a
proporção dessas populações apontada no censo do IBGE de 2010 na unidade da
federação em que está a instituição de ensino superior.
As demais vagas
reservadas serão distribuídas entre os alunos que cursaram o ensino médio em
escola pública, sendo que no mínimo metade da cota (ou 25% do total de vagas)
deverá ser destinada a estudantes que, além de ter estudado em escola pública,
sejam oriundos de famílias com renda igual ou inferior a um salário mínimo e
meio per capita.
As universidades
deverão selecionar os alunos de instituições públicas com base no coeficiente
de rendimento.
A proposta exige
que as instituições ofereçam pelo menos 25% da reserva de vagas prevista na lei
a cada ano, a partir de sua publicação no "Diário Oficial da União".
O prazo para o cumprimento integral das novas regras é de quatro anos.
Discussão
Durante a discussão da matéria nesta terça, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) considerou a proposta como uma “violência à autonomia das universidades”. "“Ele [projeto] impõe uma camisa de forças para todas as universidades brasileiras", disse o senador Nunes, que se manifestou e votou contra.
Durante a discussão da matéria nesta terça, o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) considerou a proposta como uma “violência à autonomia das universidades”. "“Ele [projeto] impõe uma camisa de forças para todas as universidades brasileiras", disse o senador Nunes, que se manifestou e votou contra.
Relator do projeto, Paulo Paim (PT-SP) afirmou que
muitas universidades já estão se adaptando. "Quem é negro sabe o quanto o
preconceito é forte neste país. A rejeição deste projeto é dizer que nós não queremos
que negro, pobre e índio tenham acesso a universidade", disse.
A senadora Ana Rita (PT-ES) afirmou que a proposta
“faz justiça social”. "Dos 100% de alunos de uma universidade, 50% é de
livre concorrência. Os outros 50% é de oriundos de escola pública".
O senador Pedro Taques (PDT-MT), também defendeu a
aprovação do projeto. "O que nos falta é o reconhecimento deste
preconceito, sim. Quantos negros, ao entrarem numa loja, recebem um olhar
diferente? Nós precisamos resolver isto com iniciativas como estas", disse
o senador.
Tramitação
O projeto foi proposto em 2008 no Senado, foi alterado na Câmara e voltou para análise dos senadores. Na Câmara, os deputados ampliaram os critérios para as reservas, que se limitavam à origem racial na proposta original. A proposta ganhou força novamente no fim do segundo semestre deste ano. Pouco antes do recesso, líderes fizeram acordo para votação na volta dos trabalhos.
Na tarde desta terça, o relator do projeto, senador Paulo Paim (PT-RS), e representantes de movimentos sociais estiveram reunidos com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pedindo que a matéria fosse colocada em votação ainda nesta terça.
Questionado sobre o assunto, o presidente do Senado
manifestou apoio ao projeto. "Eu apoio totalmente esta iniciativa. Comigo,
você não têm de ter nunca nenhuma preocupação. Eu, estando aqui, sempre
ajudarei a avançar nesta questão" disse Sarney.
Sarney recebeu das mãos de Mário Theodoro, secretário-executivo da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, uma moção de apoio pela aprovação da proposta. "É fundamental que tenhamos as cotas", defendeu o secretário.
Sarney recebeu das mãos de Mário Theodoro, secretário-executivo da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, uma moção de apoio pela aprovação da proposta. "É fundamental que tenhamos as cotas", defendeu o secretário.
Fonte: G1
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