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Do Clube de Regatas Barra do Ceará ao CUCA Che Guevara em Fortaleza  

Por Prof. Evaldo

O Clube de Regatas em um tempo não tão pretérito foi um importante pólo de lazer de Fortaleza. Nos anos 50 e 60 Fortaleza ainda era uma cidade provinciana e acanhada, com poucos habitantes e poucas opções de divertimento. O que era uma “brasa” na capital da terra do Sol era a participação em clubes que ofereciam além de diversas modalidades esportivas, tertúlias, concursos de beleza e eventos culturais no palco dos seus salões elegantes.

Os clubes mais importantes estavam localizados na rota da Aldeota, Beira Mar e Meireles como o Ideal, Náutico, Maguary, Iate e um pouco mais afastado do circuito tradicional havia o Clube de Regatas na então distante Barra dos Ceará, encontro do Atlântico com o Rio Ceará.

O clube de Regatas favoreceu a construção da Avenida Castelo Branco aproveitando a rua Santa Terezinha no Pirambu. Hoje poucos chamam a Avenida pelo nome que lembra o General cearense, presidente durante a Ditadura Militar . O povo prefere chamar de Leste-Oeste. O prédio do antigo clube de Regatas, outrora aristocrático e para poucos, hoje é palco do CUCA Che Guevara, erguido na gestão da Prefeita Luizianne Lins. Um sonho coletivo, realizado pela gestão democrática e popular de uma Fortaleza Bela para todos. Um espaço de juventude com esporte, lazer, cultura, arte e ciência.

O clube de Regatas Barra do Ceará representou a chegada da modernidade com suas festas freqüentadas pela aristocracia não só de Fortaleza mas de todo o estado. A existência de um clube como o Regatas se justificava porque nos fins dos anos cinquenta as casas das famílias, mesmos as mais ricas, não possuíam piscinas ou quadras esportivas. Em vista disso, as famílias mais abastadas freqüentavam clubes sociais que significavam tanto status como reduto de sociabilidade entre os mais “chics”.

O Clube de Regatas Barra do Ceará iniciou suas atividades no início da década 60. O clube era propriedade privada de Oswaldo Rizzato em sociedade com o vereador Antoni Costa, este proprietário de um outro clube – Clube de Regatas Antonio Bezerra. Rizzato , ex-sargento da Aeronáutica, era um especulador imobiliário com investimento em loteamentos em diversas aéreas de Fortaleza. Estava interessado em valorizar a região e fazer negócios. No lançamento do clube de Regatas lançou estratégias de marketing como a publicação da planta do clube nos jornais para a venda de ações, feitas também no interior com vendedores que percorriam o estado. Poe esta razão muitos dos sócios do Clube de Regatas não residiam em Fortaleza e sim no interior.

Ivan Bezerra foi o arquiteto que elaborou o projeto do arrojado clube em cujas instalações previam piscina, salão nobre com um imenso lustre de cristal importado de São Paulo,quadra de tênis e até garagem para barco. O clube de regatas não era portanto um empreendimento para as pessoas mais humildes da região que já começava a se proletarizar. Em sua gênese era frequentado por pessoas que vinham de outras regiões.Os sócios do clube que moravam em áreas mais “nobres” enfrentavam areal, piçarra e areia frouxapara chegar ao Regatas. Mas valia a pena. O Clube de Regatas foi palco para shows de artistas de renome nacional, bailes de formatura e festas de confraternização de empresas, empresários ou politicos. Outro atrativo interessante do Regatas eram os bingos com prêmios que iam de automóveis a passagens aéreas passando por eletrodomésticos.

O Clube de Regatas entrou em decadência e abandono assim como muitos dos clubes sociais de Fortaleza já no final dos anos sessenta. Os clubes passaram a competir com outras formas de lazer. A praia atraía os jovens mais até do que os clubes. Aqueles que tem poder aquisitivo viajam para casas de praia ou serra e já não é novidade a existência de casas com piscina ou condomínios fechados. Muitos clubes ficaram abandonados.

E como ficou o Clube de Regatas? E a população do entorno da Barra do Ceará, região de vulnerabilidade e risco social especialmente a juventude? Na desigual sociedade fortalezense, os jovens das camadas mais ricas tem acesso a clubes, academias de esporte ou ginástica onde sao iniciados em diversas atividades esportivas. Na periferia não é assim e a juventude destas áreas é mais vulnerável aos riscos de uma cidade que apesar de tantos avanços nos últimos quatro anos vive sob os marcos e limites do Capitalismo.

O CUCA - Centro Urbano de Cultura, Arte, Esporte, Ciência e Lazer - Che Guevara é uma resposta efetiva de política publica voltada para a juventude que terá acesso livre a cultura, esporte, lazer e qualificação profissional em um espaço coletivo que contempla ginásio coberto, anfiteatro, pista de esportes radicais, piscina semi-olímpica, campo de futebol de areia, cine-teatro, salas de aula e laboratórios equipados para cursos de fotografia. A Secretaria de Esporte e Lazer de Fortaleza, integrada as acoes da Secretaria Regional e coordenada pela Prefeitura de Fortaleza , é parceira do CUCA porque compreende esporte e lazer como direitos humanos, sociais e universais, direito de todos, instância de emancipação social e desenvolvimento humano.

Fonte: Blog do Prof. Evaldo

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