Todos têm direitos?
Publicado por Blog UJS Ceará
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segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Há anos que nós dos movimentos
sociais não precisamos de “colinha” ao fazermos nossas intervenções, o que o
povo precisa está a nossa frente em todo lugar, queremos mais saúde, educação
de qualidade, saneamento básico e outras inúmeras pautas regionais e nacionais.
Observando ao pé da letra,
queremos fazer valer a nossa constituição, que durante toda história é
desrespeitada pelo atual sistema político que vivemos.
Todos nós somos iguais perante a
lei, mesmo assim é preciso aprovar PLs que garantem a liberdade religiosa,
criminalizem a homofobia, aprovem o casamento igualitário. É preciso que tenha
a lei Maria da Penha para assegurar a integridade das nossas mulheres, que haja
pressão para que tenhamos equidade salarial entre homens e mulheres que
desempenham a mesma função, mas do que nunca é necessário que os movimentos
sociais estejam em alerta para que tudo
isso não seja também desrespeitado.
“Todos temos direito a educação”,
mas ainda hoje nos sertões vemos crianças trabalhando na roça com as mãos já
calejadas enquanto seus poucos colegas andam quilômetros para ter aula debaixo
de uma árvore com umx professorx voluntário que nem graduadx é. Foi preciso ir
as ruas por mais investimentos, eleger um operário à presidência da republica
para que mais de 90% das nossas crianças estejam nas escolas.
Para dobrar o numero de vagas nas
universidades enfrentamos os barões da educação, que hoje já não vendem tão bem
sua “chave mágica” que passa no vestibular, porque o ENEM aos poucos paga a impagável
divida histórica que temos com os filhos dos trabalhadores, que desde que
Brasil é Brasil são excluídos do sistema educacional.
Hoje cantamos alto e com lágrimas
nos olhos que o “filho do pedreiro vai poder virar doutro” e os sorrisos das
mães, pais e estudantes, que tem uma nova perspectiva de vida, fazem valer a
pena cada texto lido, cada passeata, todas as salas de aula passadas durante as
várias mobilizações, as vezes que viajamos sem dinheiro, enfrentamos as idéias e
as maquinas da elite conservadora, tudo vale a pena quando a vitória vem para o
povo.
Todo tem direito de ir e vir? E
diariamente por todo país vemos as lutas que são travadas contra o aumento da
tarifa do transporte, estudantes e trabalhadores apanham e são presos, tudo
isso pra manter o lucro dos grandes empresários que tomam conta do transporte
público. Não é uma contradição?
Mas afinal, o que tudo isso quer
dizer?
Prendemos is agressores, educamos
o filho do trabalhador e casamos quem tem amor, não estaria tudo perfeito?
Não! Ainda temos muito a avançar e
um inimigo a ser enfrentado, aquele que diz que a mulher tem que ser submissa
ao homem e perpetua todos os valores machistas e homofobicos, que o gay é a
piada (a diversão da madame), diz também que o negro (favelado) é o encanador e
a negra a domestica e é para ser feliz. Você sabe quem é esse inimigo?
Não?! São aqueles que marginalizam
os que vão as ruas por melhorias para o país, que esquecem a voz das comunidades,
distorcem a realidade e violam as mentes das nossas crianças impondo padrões de
beleza photoshopados.
São para esses que agora vamos as
ruas, as escolas, a base com uma “colinha” de 12 páginas que se chama Projeto
de Lei de Iniciativa Popular da Comunicação Social e Eletrônica e pretende
regulamentar o capitulo 5 da nossa constituição, acabar com os monopólios da
comunicação, abrir concessões para as TVs e rádios comunitárias e não permitirá
que seja exibido qualquer conteúdo de cunho machista, racista ou homofobico.
É através dessa “colinha” que vamos
botar no ar toda a diversidade do povo brasileiro, que lutou e luta por um
Brasil dos nossos sonhos.
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