Vitória do sim: o povo tem razão
Por Titi Alvares*
Estava em Belém para o Fórum Social Mundial, agora em janeiro. Em determinada ocasião, disse um motorista de táxi sobre as reeleições: “o problema não é o cara continuar no poder, é ele continuar no poder sem o povo querer. Se o povo quer, está tudo bem”. O taxista não se referia a Hugo Chávez, mas a frase pode responder àqueles que adoram chamar de ditador o campeão em eleições.
Agora, desmoralizados pela especial adoração de Chávez por chamar o povo às urnas, ao invés de ditador ele passou a ser aquele que, de tanto fazer eleições e plebiscitos, tornou o processo vulgar. A mídia marrom e as elites ainda o acusam de ter sido derrotado na outra votação das alterações na constituição e de ter-se dado uma “segunda” chance. Mas nesse caso, há diferença entre pesos e medidas. No caso da União Européia, por exemplo, quando os povos de diversos países rechaçaram a constituição do bloco, ninguém se levantou contra novas consultas.
A radicalização da democracia é apenas um dos traços da mudança de época no nosso continente, iniciada a partir da eleição e reeleição de governos progressistas, cujo pioneiro foi justamente Hugo Chávez, em 1998, na Venezuela. O que tira as elites do sério é que, eleição após eleição, a vitória do campo progressista se confirma e o processo revolucionário se reafirma naquela nação. A vitória nesse referendo fortalece o processo de integração continental, o Mercosul, a Unasul e a Alba. Fortalece a soberania nacional, a cooperação, o combate às assimetrias, a multipolaridade, a aplicação de políticas sociais, a democracia, a unidade dos povos latino-americanos.
Além do mais, deve-se levar em conta o momento político em que o povo renova sua confiança nos rumos apontados por Chávez: num contexto de crise mundial do neoliberalismo, quando fica evidenciada a necessidade de um modelo alternativo, viável aos povos. Nesse caso, a vitória no referendo deste domingo fortalece a nova luta pelo socialismo, que se dá através de um caminho próprio para o desenvolvimento nacional e para a emancipação dos povos.
A histórica votação mostra que existe espaço para propor uma alternativa à esquerda como resposta à crise e cria a expectativa de que se avizinha um momento de retomada da ofensiva ideológica dos movimentos progressistas e das forças revolucionárias em contraponto às combalidas idéias neoliberais. Na realidade venezuelana já é possível inclusive hastear novamente a bandeira da luta pelo socialismo, apontado nas palavras de Chávez como o “socialismo do século 21”.
* Titi Alvares é diretora de Relações Internacionais da UJS
Fonte: Sítio Nacional da UJS
17/02/2009, 14:22
Ola Amigos!
Admiro com certo resguardo o REgime implantado por Chávez na venezuela,também fico desconfiado at´e onde vais a permissão do povo em "perpetuar" Chavez no poder.
Democracia,Sociedade igualitária spo existem e podem flolrescer quando existe o revezamento de poder,que esse não é o caso da Venezuela!
paz!
depois d´a uma passada no meu blog
http://francoemblog.blogspot.com/
17/02/2009, 15:52
Interessa ao povo venezuelano decidir quando o "poder" da presidência da república deve trocar de mãos.
Revesar por simplesmente revesar nomes no posto de comando de uma nação, em si, não pode ser considerado um argumento científico, nem ao menos lógico.
Desagrada-me no regime chavista, um certo culto à personalidade, que creio ser muito perigoso. As idéias são maiores que os homens. Contudo, se um líder, consegue desenvolver ações que calam fundo nas expectativas políticas e sociais de um povo, não vejo o menor problema em que o próprio povo decida que ele continue a desempenhar este trabalho!