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O 21º Congresso Nacional dos Pós-graduandos  

A pós-graduação brasileira tem hoje mais de 130 mil pós-graduandos matriculados em mais de dois mil programas reconhecidos pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Desse total, menos de 50 mil são bolsitas.

Somente uma universidade, a USP, matricula cerca de 20 mil pós-graduandos (desses, apenas sete mil têm bolsas) distribuídos em mais de 227 programas. Em contrapartida, até o ano de 2005, estados como Tocantins e Acre abrigavam, respectivamente, apenas oito e quatro pós-graduandos matriculados em mestrado acadêmico (strictu sensu).

Se por um lado o país avança na valorização das bolsas e auxílios, por outro ainda patina em meio a grandes contradições científicas e educacionais. É como afirma a ex-reitora da UFMG e hoje diretora da Unesco, professora Ana Lúcia Gazzola, que talvez o Brasil seja o país mais emblemático das contradições na América Latina e Caribe no campo da educação, pois ao mesmo tempo que somos o mais consolidado na pós-graduação, também temos o maior número de analfabetos (15 milhões). Outro dado preocupante é que o Brasil é o país da América Latina com a menor porcentagem de universitários em instituições públicas, conforme foi revelado pelo relatório da Unesco na Conferência Regional de Educação Superior realizado em Cartagena, Colômbia. Segundo o estudo, apenas 27% dos universitários brasileiros estão matriculados em universidades públicas. De igual forma, o Brasil também figura entre os países com menor crescimento relativo de vagas em instituições públicas. Entre 2000 e 2006 a porcentagem de matriculados em ensino superior público caiu de 35 para 27%.

É diante desse cenário cheio de contradições que o Movimento Nacional de Pós-graduandos (MNPG) se reunirá entre os dias 10 e 13 de julho, em Campinas, por ocasião da 21ª edição do Congresso da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG). Mais uma vez dezenas de delegados debaterão os rumos da ciência nacional em um ambiente mais favorável às históricas bandeiras defendidas pelos jovens cientistas.

Se estamos mal na fotografia, o filme pode ser diferente com um desfecho mais animador. E os protagonistas principais mais uma vez serão os estudantes e pós-graduandos organizados que devem impor um roteiro mais ativo para avançar ainda mais nessa trama que por vezes mais parece uma novela.

Um governo de caráter democrático e popular não pode se acomodar diante do que foi feito até agora. Ainda é muito pouco e devemos fazer a nossa parte que é a de pressionar em defesa da ciência nacional. Não se pode jogar a água da banheira fora com a criança dentro, mas também há de se exigir políticas mais audaciosas na consecução de uma pós-graduação mais avançada.

Por tudo isso esse Congresso da ANPG ganha mais importância. Precisamos pensar o Brasil. As APGs necessitam ser vitalizadas nesse propósito.

Os jovens cientistas da UJS mais uma vez darão uma grande contribuição à ciência nacional participando desse histórico congresso. Uma grande delegação de pós-graduandos comprometidos com os “direitos sociais e o desenvolvimento nacional”, tema desse evento, é responsabilidade coletiva de toda a juventude socialista.

Preparemos nossas malas rumo à Campinas!

Visitem a página da Associação Nacional de Pós-graduandos para obterem mais informações sobre esse importante congresso: www.anpg.org.br

*Luciano Rezende, Engenheiro Agrônomo, mestre em Entomologia e doutorando em Genética. Da Direção Nacional da UJS.

Fonte: Portal Vermelho de Notícias

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