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Decisões judiciais limitam liberdade de expressão de jornalistas do O Povo e Diário do Nordeste  

Interditos proibitórios impedem piquetes em frente aos dois maiores jornais do Estado

O Sindicato dos Jornalistas está impedido de realizar piquetes em frente aos dois maiores jornais do Ceará. A pedido do O Povo e do Diário do Nordeste, a Justiça do Trabalho expediu três interditos proibitórios contra o Sindicato dos Jornalistas. “Os interditos proibitórios limitam drasticamente a liberdade de expressão dos profissionais”, lamenta a secretária-geral do Sindicato, Cristiane Bonfim. Em caso de descumprimento das decisões, a Justiça estabelece multa diária de R$ 10.000,00, valor solicitado pelas empresas.

Jornalistas e gráficos deliberaram pela greve no último dia 18 de março, após impasse nas negociações da campanha salarial no setor de impresso. Os jornalistas estão há sete meses em campanha salarial, os gráficos estão há cinco meses. Para jornalistas, os patrões oferecem 0% de ganho real; para os gráficos, eles querem dar apenas 0,5%. As duas categorias reivindicam 1,02%, o que representa apenas R$ 12,59 a mais para os jornalistas que ganham o piso salarial.

“Esse é um movimento não só por salários. Não é mais uma questão de reajuste salarial, mas de dignidade profissional”, ressaltou durante o ato em frente ao jornal O Estado o presidente do Sindicato dos Gráficos, Rogério Andrade.

"Essa nota (do Dia do Jornalista) tem que chegar às universidades e a vários lugares para que se saiba que há uma categoria em luta não só por salário, mas por respeito", reforçou Ivna Carla, estudante de Jornalismo. "A única luta que se perde é a que se abandona", acentuou Ivna, repetindo uma frase atribuída a Che Guevara e referindo-se à longa campanha salarial dos jornalistas.

“Iremos para o conflito, iremos para o confronto, se necessário for para garantirmos a dignidade e o respeito à profissão”, avisou a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Déborah Lima.

Para o dirigente do Sindicato dos Gráficos, Juarez Alves, os patrões já deram o ultimato à categoria. “Não temos nada pra comemorar no Dia do Jornalista. Já está chegando a próxima campanha salarial e os patrões nem aí para uma campanha que começou no ano passado”, observou.

O sindicalista chamou os jornalistas à responsabilidade, cobrou a participação de todos e lamentou a postura de profissionais que, ao invés de se juntar à luta por demandas coletivas, reforçam o discurso patronal. “Não podemos admitir que trabalhadores vistam a camisa do patrão e esqueçam que estão dando lucro às empresas. Ou nós nos vemos como classe ou devemos pôr a viola no saco, ir pra casa e reclamar para o companheiro ou a companheira que somos impotentes para lutar pelos nossos direitos e pela solução dos nossos problemas”, concluiu Juarez.

Fonte: Sítio da UBES

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