Empresários querem passagem à R$ 1,90 em Fortaleza - permitiremos?
Por David Aragon*
Esta era uma tragédia anunciada, mas sempre negada. Há quatro anos e quatro meses não havia aumento no preço da passagem em Fortaleza, que atualmente custa R$ 1,60, a mais barata entre todas as capitais do país.
Acabei de ler n'O Povo que a prefeita Luizianne Lins (PT) acredita que o aumento seja inevitável (eufemismo para dizer que ela já concordou com ele). O Sindiônibus (sindicato patronal ligado aos empresários do setor), alegando perdas de R$ 6,2 milhões mensais, reinvindica o aumento da tarifa para R$ 1,90.
A prefeita reiterou que continuaremos tendo a menor tarifa do país, o que traduzindo significa dizer que o aumento requisitado pelos barões do transporte urbano será aceito, justamente no momento em que a sociedade brasileira se debate para escapar dos efeitos da crise econômica internacional. Ainda existirá a tarifa social aos domingos, uma grande conquista social dessa gestão, assim como não podemos também negar o mérito de manter a passagem congelada por tanto tempo. Então qual é o problema?
Ora, a senhora prefeita petista Luizianne Lins passou a campanha eleitoral inteira, ano passado, quando da sua reeleição, evitando os boatos sobre o aumento iminente da tarifa de transporte coletivo. Não faz sentido que alguns meses depois, em uma situação desfavorável de combate à crise, com aumento do desemprego e instabilidade social, a prefeita que tanto negava o aumento o aceite assim tão facilmente.
Fica aqui o apelo à prefeita Luizianne Lins, de cuja campanha participamos ativamente, para que persista na luta contra o aumento. Sim! agora temos a tarifa mais barata do Brasil e, talvez, mesmo com o aumento, continuemos a ter. Contudo, não devemos nunca inverter a lógica da análise dos fatos políticos. As perdas que o Sindiônibus (não esquecer os incentivos públicos que garantem a tarifa social e o passe-livre dos idosos) apresenta não são prejuízos reais, são apenas redução nos percentuais de lucro.
Caso o aumento se concretize, só restará ao movimento estudantil e às juventudes organizadas invadir as ruas e praças da cidade em sinal de protesto, manifestando a sua veemente desaprovação. A UJS estará lá. E isto é o que se pode chamar de apoio crítico.
Das praças, das ruas
Da luta não fugiu
Aqui está presente o Movimento Estudantil
* David Aragon é Diretor de Comunicação da Direção estadual da UJS Ceará.
17/04/2009, 19:40
Esse é o papel da juventude mesmo, estar nas ruas protestando em favor dos seus direitos e por mais conquistas sociais para o povo. Sem entrar no mérito se o aumento é ou não justificável, ficarei feliz de ver a juvetude realizar as suas manifestações. E vamos pra rua companheirada!
João Donato.
18/04/2009, 16:08
O movimento social fortalezense não precisa esperar o aumento se concretizar para ir às ruas, temos que nos mobilizar agora, porque depois é prego virado e ponta batida, vamos só espernear. Temos que fortalecer o abaixo-assinado que tpa rolando e mobilizar o povo pra ir as ruas, a passagem de 1,90 pesa no bolso do trabalhador cearense e essa justificativa de dizer que é por conta da crise é uma falácia, temos que reforçar que os trabalhadores e estudantes não podem pagar uma dívida que não assumiram. Os empresários ganham muito às custas do povo, o preço da tarifa sobe, só pra enriquece-los, porque não vemos nenhuma melhoria nos transportes, são superlotados.
Ivina Carla
18/04/2009, 16:17
Não Ívina, leia melhor, o argumento da crise na matéria é usado justamente para frisar como o momento seria péssimo para o aumento do valor da passagem, com o crescente desemprego e tals...
E é isso mesmo João, vamos invadir as ruas!
NEM UM CENTAVO SEQUER DE AUMENTO DE LUCRO PARA O BOLSO DOS EMPRESÁRIOS!