Conferência Nacional de Comunicação - a luta de Davi contra Golias
*Por Ívina Carla
A Conferência de Comunicação já está em andamento, as perspectivas são muitas e os movimentos sociais necessitam acumular muita discussão sobre os temas da Conferência. Mexer com a comunicação no Brasil parecia um sonho distante, já que mesmo no governo Lula permanece na cadeira do Ministério um grande aliado da Rede Globo.
O fracasso do Ministro Hélio Costa de tentar barrar a Conferência pode até ser comemorado, mas não podemos perder de vista que os barões da comunicação sempre se organizam para manter sua hegemonia “inabalável”. A prova disso é o Congresso de Radiodifusores promovido pela ABERT (entidade que faz parte da Comissão Organizadora da CONFECOM), que acontecerá ainda este mês e pautará a Conferência.
O histórico da comunicação brasileira sempre foi um ciclo fechado e de caráter anti-democrático. Como registra o livro de Daniel Herz**, a linha de vida da radiodifusão no Brasil foi regida pelas elites entreguistas em cenas de gangsterismo que passaram por cima da Lei sem qualquer problema.
Os investimentos estrangeiros e as frentes ideológicas ganharam espaço no Brasil e contribuíram para uma nova ordem social importada, corrupção e privilégios nesse setor. A tecnologia avançou e junto com ela a estrutura de poder dos meios de comunicação também, aliada as forças capitalistas.
O Embate esperado
Temos exemplos de alguns países que democratizaram a comunicação, privilegiando TV´s Públicas, diminuindo o tempo de publicidade e quebrando a crista das TV´s Comerciais. Com a atual conjuntura, é bom compreender que a CONFECOM não será uma varinha de condão, é apenas um passo para que possamos discutir a comunicação como direito humano.
No decorrer do processo, os grupos empresariais farão de tudo para sufocar questões que são primordiais para os movimentos sociais e previstos na Lei, como: regionalização, regulamentação da publicidade, criação de TV´s Publicas, tudo isso está em volta da democratização da mídia.
Teremos grandes desafios que vão, desde a quebra do paradigma de que a comunicação é para comunicadores até um processo acumulativo sobre o tema. Para isso é necessária uma agenda intensa de mobilizações para que consigamos ganhar espaço na CONFECOM e direcionar sobre o modelo de comunicação que queremos para o Brasil, que priorize os nossos valores culturais e o desenvolvimento do nosso país.
*Ívina Carla é estudante de Jornalismo da FAC e militante da UJS.
**Daniel Herz escreveu o livro: A história secreta da Rede Globo
Fonte: Blog Socializando Ideias
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