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UJS Fortaleza realiza debate sobre Educação  

*Por Ívina Carla

A União da Juventude Socialista (UJS) realizou no último sábado (16) debate sobre a situação educacional no Brasil. A atividade faz parte das mobilizações para o Congresso da UNE.

O Presidente da UJS de Fortaleza, Flávio Vinicius fez uma exposição sobre o histórico da educação destacando como o modelo educacional foi implantando de forma atrasada e com teor elitista. “Enquanto a Europa avançava com as ideias iluministas, o Brasil ainda estava aprendendo algumas noções de retórica,” afirmou.

Flávio acrescentou como as constituintes brasileiras foram omissas impedindo o acesso e tratando a educação de forma secundária. Referiu-se à constituição de 1824 que estabelecia a gratuidade do ensino primário, mas que ficou atrelado ao formalismo.

No governo de Getúlio Vargas, segundo Flávio, houve avanço na educação com a criação do Ministério da Educação e a temática ganhou mais espaço na constituição de 1946, com a identificação de problemas e tentativas de democratização do acesso.

Educação na ditadura

Flávio referiu-se ao surgimento de grandes nomes que discutiam a educação e pautavam o tema como prioridade para o Estado. O retrocesso do Acordo MEC/USAID*, que determinava o ensino voltado para o mercado, excluiu as possibilidades humanísticas.

Neste período foram criadas as disciplinas técnicas, a educação foi golpeada e colocada em caráter antidemocrático, educadores e estudantes foram presos e a primeira ação dos militares foi destruir a sede da União Nacional dos Estudantes. “Saindo desse período, a herança de uma educação sufocada pela ditadura ainda permaneceu nos anos 80 que se configurou ausente de um projeto educacional”, avaliou.

Da década de 90 aos dias atuais

Os anos 90 foram marcados pelo sucateamento das universidades, expansão da educação básica sem qualidade e privatização do ensino superior. Foram tantos os desgastes que o Governo Lula teve que criar ações emergentes como o PROUNI para diminuir a dívida do Estado com o povo brasileiro.

“Uma das grandes ações do Governo Lula foi a criação de novos campis, embora existam as medidas paliativas, o ensino ainda está longe da democratização, o vínculo da educação com o mercado ainda é evidente. Precisamos avançar para uma educação que desperte o senso crítico,” acrescentou Flávio.

Conferência de Educação

Flávio frisou a importância da Conferência para que a sociedade possa discutir o acesso livre a uma educação de qualidade e comprometida com o crescimento do país. “Educação não é gasto, é investimento”, afirmou.

Bandeiras históricas do movimento estudantil devem fazer parte do debate como: investimentos na educação (a UNE defende 10% do PIB), reserva de vagas, fim do Vestibular, votação direta para Reitor e Diretor.

Reiventar o Petróleo é nosso

O movimento estudantil precisa ser organizar para mais uma vez salvar o patrimônio do povo brasileiro. As elites se organizam em torno da CPI da Petrobras com visão no pré-sal que o governo Lula já afirmou ser dividido entre educação e previdência.
Flávio concluiu que o pré-sal é do povo e a educação terá um grande salto com esses investimentos. “Precisamos tomar as ruas, como foi feito na Campanha O Petróleo é nosso. Os banqueiros já estão mobilizados com a bancada direitista. Precisamos defender o que é nosso.”

*Ívina Carla é estudante de Jornalismo da FAC e militante da UJS.

**MEC/USAID: fusão das siglas Ministério da Educação (MEC) e United States Agency for International Development (USAID).

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